No seu discurso, Ulisses Correia e Silva afirmou que a construção da nova embaixada representa “a sedimentação das nossas relações, que são antigas, fortes, com mais de 200 anos”, vinculadas também à maior diáspora cabo-verdiana no mundo.
Segundo declarou, “o boom do investimento é significativo, impacta o emprego durante a construção, impacta a economia local, e já deixou algo muito visível, que está aqui ao nosso lado: a Escola do Liceu da Várzea, que está intimamente ligada a este empreendimento.” Para o Primeiro-Ministro, a localização “é uma escolha bem feita” e “valoriza a Várzea, que tem muita ligação com a nossa história e com o caminho para a independência.”
Em representação do Governo, a Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira, afirmou à imprensa que o lançamento da primeira pedra é “um momento de capital importância” e reforça a parceria sólida entre Cabo Verde e os Estados Unidos.
“Cabo Verde e os Estados Unidos estão sempre abertos para sedimentar cada vez mais as relações de cooperação em diversas áreas, nomeadamente não só na área de segurança e defesa, na área da protecção e direitos humanos, e outras áreas também igualmente importantes.”
Sobre a proximidade da embaixada ao Palácio do Governo, Vieira declarou que “não há qualquer problema” e que o projecto “irá valorizar, e de que maneira, todo o perímetro aqui da zona da Várzea.” Acrescentou ainda a “proximidade atlântica” que fundamenta a história e a cooperação bilateral, mencionando que Cabo Verde faz parte da “Iniciativa de Atractividade do Atlântico”, lançada pelos Estados Unidos para reforçar a segurança marítima e a preservação dos oceanos.
Quanto às novas regras migratórias dos E. U. A., Vieira afirmou: “Os Estados Unidos são um país soberano, portanto todos os países têm a decisão soberana em traçar as suas políticas migratórias. Cabo Verde estará a respeitar, e os cabo-verdianos também estarão a respeitar as novas políticas migratórias traçadas pela nova administração dos Estados Unidos.”
Francisco Carvalho, presidente da Câmara Municipal da Praia, por seu turno, classificou o evento como “extraordinário” e “um momento histórico para os Estados Unidos da América, para Cabo Verde e para a Praia.” Sublinhou que “não é todos os dias que o embaixador dos Estados Unidos inicia um processo de construção de uma embaixada” e que a decisão “é uma oportunidade extraordinária para cabo-verdianos que vivem na diàspora.”
Carvalho acrescentou que a embaixada “tem necessidade, a priori, de recrutar pessoas para trabalhar ali, quadros de todos os níveis.”
Já a embaixadora dos Estados Unidos da América, Jennifer Adams, afirmou que a nova embaixada será um símbolo do compromisso duradouro dos E. U. A. com Cabo Verde, representando uma amizade baseada na democracia, na justiça e na transparência.
“Para mim e para todos nós, a embaixada representa um passo importante na nossa parceria com Cabo Verde, que ,acho que todo o mundo sabe, dura já há mais de 200 anos. O primeiro consulado americano na África Subsaariana foi aqui, em Cabo Verde, e isso é mais um passo no desenvolvimento dessa parceria, olhando para a frente juntos”, sublinhou.
Sobre a duração da obra, a embaixadora disse que tem uma previsão de quatro anos. E acrescentou que o edifício será moderno, seguro e acessível, possibilitando trabalhar em áreas como segurança marítima, governação democrática, economia azul, alterações climáticas, justiça e educação.
“Esta embaixada é para vós, o povo cabo-verdiano, finalizou.
A nova Embaixada dos Estados Unidos ficará localizada no bairro da Várzea, entre a Avenida Cidade de Lisboa e o Palácio do Governo, na Cidade da Praia. A obra está orçada em 443 milhões de dólares, e um investimento local estimado em 123 milhões de dólares, devendo ser concluída em cerca de quatro anos, com previsão para meados de 2029.