Segundo a responsável, a entrada em Cabo Verde aconteceu em 2024, na ilha do Maio, através de uma parceria com a Fundação Maio Biodiversidade (FMB), na comunidade de Calheta.
Rosi Lima explica que a actuação da Blue Ventures baseia-se em quatro pilares: gestão comunitária de recursos marinhos, assegurar direitos, inclusão financeira e segurança alimentar. No contexto cabo-verdiano, a organização começou a trabalhar nos dois primeiros.
“Actualmente temos mais dois parceiros, o Projecto Vitó (Fogo) e o projeto Biodiversidade (Sal). Até o final deste ano, teremos mais cinco parceiros. E até meados de 2026, teremos mais nove parceiros em Cabo Verde”, sublinhou Rosi Lima.
A coordenadora realça que a filosofia da Blue Ventures privilegia as comunidades costeiras.
“Não realizamos projectos directos. Trabalhamos através de parcerias com ONGs e associações locais de pescadores e peixeiras. A nossa visão é que as comunidades tenham voz activa na gestão da pesca, conheçam os seus direitos e deveres, e sejam capazes de promover a sustentabilidade dos recursos marinhos”, destacou.
Em São Vicente, disse que a organização tem procurado estreitar relações com a Associação de Peixeiras e a Biosfera, embora sem actuação directa ligada às recentes intempéries que afectaram a ilha.
Rosi Lima sublinha que a Blue Ventures tem escritório regional em Dakar (Senegal) e uma equipa de onze profissionais que trabalham em quatro países: Cabo Verde, Senegal, Guiné-Bissau e Gâmbia. Além disso, a organização iniciou recentemente articulações no Gana, com perspectivas de expansão para outros países da África Ocidental.
“A nossa actuação na região é recente, começou há apenas dois anos, mas temos registado um crescimento exponencial nas parcerias, sobretudo no Senegal”, acrescentou a coordenadora.
Rosi Lima avançou que, em Outubro próximo, uma delegação da Blue Ventures visita Cabo Verde para participar na IV Conferência da Década do Oceano, que terá lugar na ilha do Fogo.
Para a coordenadora, o evento será também uma oportunidade para partilhar experiências de conservação comunitária desenvolvidas em 14 países onde a organização está presente, incluindo Belize.
“O nosso objectivo é mostrar o que tem sido feito noutros contextos, trocar conhecimento com instituições governamentais e contribuir para uma gestão sustentável da pesca em Cabo Verde. A conservação é uma consequência importante, mas o foco é o desenvolvimento comunitário”, destaca Rosi Lima.
A Blue Ventures é uma instituição de caridade focada na conservação marinha, sediado no Reino Unido. O seu objectivo e de proteger os pescadores artesanais e promover práticas de pesca sustentável.