Suzano Vicente mostrou essa percepção à imprensa na abertura do primeiro Congresso Nacional dos Sector das Pescas e Aquacultura, que acontece, no Mindelo, até quinta-feira, 06, enquadrado nas actividades da Semana dos Oceanos de Cabo Verde (Cabo Verde Ocean Week).
Um dos objectivos do evento, segundo a mesma fonte, é recolher subsídios que depois vão ser compilados em contribuições estratégicas para o executivo, entretanto, um documento, que, asseverou, vai ser formalizado começando da base.
“As políticas do sector das pescas têm sido impostas, ao longo destes tempos, do topo para a base, mas nós queremos trabalhar agora da base para o topo”, enfatizou Suzano Vicente, para quem pesquisas “não foram feitas e nunca se ouviu concretamente a parte interessada”, os actores do sector.
Por isso, acrescentou, vão entregar às autoridades as contribuições dos pescadores, dos armadores, das peixeiras, dos técnicos, das universidades.
“Aquilo que é o pulsar, aquilo que é o sentimento, aquilo que é a percepção que nós temos do sector das pescas, porque somos nós que vivenciamos isto”, considerou.
Com este documento em mãos, os políticos, conforme o presidente da Apesc, terão o “dever moral” de levar em consideração essas contribuições.
Uma das primeiras recomendações deixadas por Suzano Vicente é de se melhorar as condições para o aumento da captura e libertar parte do mar territorial e das águas arquipelágicas, para a pesca artesanal e para a pesca de pequena escala.
Por outro lado, adiantou, contribuir para que o país esteja dotado de navios industriais capazes de pescar lá onde os navios da União Europeia, os chineses e outros navios pescam.
Também como interveniente no acto de abertura do congresso, o director nacional das Pescas e Aquacultura, Carlos Monteiro, defendeu igualmente que a pesca artesanal “precisa inovar, modernizar para ser mais eficiente e competitiva, utilizando novas artes de pesca e explorar recursos de profundidade”.
Na pesca industrial, apontou a mesma fonte, a modernização das infra-estruturas e da própria frota, com embarcações de maior autonomia e eficiência, são os maiores desafios.
“Não há desenvolvimento sem infra-estruturas de apoio e só assim poderemos aumentar consideravelmente a capacidade de captura e abastecer as necessidades das indústrias de transformação”, considerou Carlos Monteiro.
Já a nível da aquacultura e da economia azul, os resultados já são conhecidos e “são muito positivos para aumentar a diversificação”, afiançou o gestor, que apontou como exemplos a Fazenda do Camarão e o Nortuna.
Contudo, acredita que o congresso é uma oportunidade de diálogo e de busca de novas soluções.
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