Segundo os comerciantes, ouvidos pela Rádio Morabeza, apesar de terem concluído o processo e assinado o contrato com a Pró-Empresa em Setembro, continuam sem receber o montante previsto.
Sandra Sousa lamenta a demora e a escassez de informações.
“Entregámos todos os documentos solicitados e, algum tempo depois, fomos chamados para assinar os contratos. Há mais de dois meses que estamos à espera e a lembrar que nós vendemos através das hortas, as hortas não tinham nada porque estavam destruídas”, diz.
Na mesma linha, Inês Semedo critica o atraso por se tratar de um apoio considerado de emergência.
“No início de Setembro fomos chamados para assinar o contrato e ainda estamos à espera, sem nenhuma resposta. Tivemos muitos prejuízos, com grandes perdas, e tudo o que temos é de venda. Então, se é uma ajuda, já está na hora de sermos ajudados”, lamenta.
Pape Ndaye confirma que vários colegas também aguardam o pagamento.
“Já ouvi muita gente a dizer que recebeu, mas também há muita gente que ainda não recebeu. Estamos à espera, este processo é lento, estamos a aguentar. Tudo o que fizemos aqui foi por nossa conta, para recomeçar o negócio, cada um vai fazendo o seu trabalho no seu lugar. Fomos trabalhando, mas, se a ajuda chegar, será muito bom”.
Izilene Rocha recorda que muitos trabalhadores informais dependem desse apoio para recuperar os prejuízos.
“A esperança é a última a morrer, mas já atrasou muito, porque entendo que, se é uma ajuda, já tinha de ter chegado até nós. Ainda não recebemos e também ninguém nos disse nada. Tenho colegas que fizeram dívidas para recomeçar o negócio; eu não fiz, mas estou à espera da ajuda para reerguer a venda de novo, porque ainda não tenho fundo”.
O presidente da Pró-Empresa, Edney Cabral, diz “estranhar” as reclamações e aconselha os beneficiários a dirigirem-se à instituição para verificações individuais.
“Nós, efectivamente, estranhamos esta queixa de alguns vendedores informais. O que nós aconselhamos, se houver algum eventual atraso, é que os vendedores se dirijam à Pró-Empresa, porque temos feito o pagamento de forma contínua. Estamos, neste momento, no caso dos informais, a processar a segunda tranche, porque temos muito poucos pedidos no que concerne à primeira tranche”, indica.
Além do rendimento solidário, está prevista uma subvenção adicional para os informais, semelhante à atribuída às empresas. A Pró-Empresa garante estar disponível para resolver qualquer situação em falta.
“Estamos totalmente disponíveis para resolver qualquer situação em falta. O nosso objectivo é garantir que todos os afectados recebam o apoio a que têm direito”, conclui o responsável.
De acordo com a instituição, mais de 600 vendedores informais já receberam a primeira tranche do apoio. No caso das empresas, mais de 200 já foram contempladas com os incentivos destinados à recuperação pós-tempestade.
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