“Orçamento Estado para 2014 aprovado perante cegueira e surdez”

PorElsa Vieira,12 dez 2013 11:43

MpD acusa o governo de “cegueira e surdez” na aprovação do Orçamento do Estado para 2014.

 “O governo e o partido que o suporta fizeram-se cegos e surdos e aprovaram sozinhos, um Orçamento que mantém as mesmas receitas e as mesmas condições que têm colocado o país em crise”, ostentou.

Ulisses Correia e Silva que falava à imprensa esta quinta-feira, na cidade da Praia realçou que o modelo de desenvolvimento económico e social promovido pelo governo, sustentado num Estado que se alimenta com recurso crescente ao endividamento, à reciclagem da Ajuda Pública ao desenvolvimento e na captação das remessas dos emigrantes, está completamente esgotado.

Segundo o presidente do MpD perante o quadro negro que o país atravessa o OE para 2014 seria a oportunidade para se iniciar, num quadro de diálogo e de concertação, a mudança de rota e a construção de um novo modelo, propiciador de crescimento económico, de redução do desemprego e do aumento do rendimento disponível para as famílias e particulares.

"O partido que suporta o Governo, ao invés de procurar o diálogo, a concertação e os compromissos de médio prazo, preferiu o caminho da continuidade, da arrogância e da intransigência em relação a tudo e a todos”, frisou Correia e Silva.

Para os democratas esse Orçamento 3D, défice, divida e desemprego foi chumbado não só pela oposição, mas sim pelos sindicatos, as Câmaras de Comércio, os agentes culturais e desportivos e vários outros segmentos da sociedade civil.

Doravante o MpD requer um compromisso de médio prazo em sede da Concertação Social e dos partidos políticos para viabilizar as reformas estruturais que o país necessita. Reformas que no entender da liderança do MpD “são capazes de o colocar na rota do crescimento económico, da redução do desemprego e do aumento do rendimento disponível das famílias e dos particulares”.

Conforme afirmou Ulisses Correia e Silva o programa de reformas económicas deve ter como objectivos, o aumento da confiança na economia e a redução dos riscos soberano e do país.

“O crédito à economia tem reduzido e as empresas não conseguem ter acesso ao crédito por causa do excessivo endividamento do pais e de elevados riscos a ele associados”, afiançou Ulisses Correia e Silva sublinhando que enquanto o sector privado entra em dificuldades e em estado de falência e as famílias vêm reduzido o seu rendimento, o aparelho do Governo e do Estado vem engordando para níveis insustentáveis.

O líder do MpD frisou ainda que mesmo tendo um aparelho do Estado gordo a Administração Pública continua ineficiente e um autêntico estrangulador do desenvolvimento do país. “Isto como o próprio Primeiro-ministro reconheceu. Reconhece, mas tira não nenhuma consequência e deixa o barco andar à deriva”.

Ulisses Correia e Silva vai mais longe acrescentando que urge uma reforma no Estado e nas suas despesas, visto que é “este excesso de despesa que tem provocado elevados impostos para o financiar, que consome quase todo o crédito disponível à economia e que justifica uma parte importante do excesso de endividamento do país”.

De acordo com o presidente do maior partido da oposição, o OE para 2014 deveria inverter o caminho da despesa excessiva, aumenta-o e acumula mais défice e mais endividamento.  

“Enquanto isso o país continua fortemente dependente da Ajuda e das transferências e incapaz de fazer face ao estatuto de País de Rendimento Médio”. 

O Orçamento do Estado foi ontem, aprovado na globalidade com 36 votos a favor do PAICV, e 21 contra da oposição, prevendo receitas de 44,6 milhões de contos e despesas de 35,5 milhões de contos e um défice 9,1 milhões de contos. O Programa de Investimentos Públicos (PIP) terá cerca de 22,3 milhões de contos e a dívida situar-se nos 98% do Produto Interno Bruto (PIB).

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Autoria:Elsa Vieira,12 dez 2013 11:43

Editado porAndré Amaral  em  13 dez 2013 10:44

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