Manuel Inocêncio é novamente PCA da Cabo Verde Telecom que já não integra a PT Venture

PorExpresso das Ilhas,25 mar 2015 12:05

O engenheiro Manuel Inocêncio Sousa foi reconfirmado como presidente do conselho de administração (PCA) da CV Telecom , na assembleia-geral de accionistas realizada na tarde de terça-feira, 24, na Praia, órgão a que a PT Venture recusou integrar.

 

Com a recusa da PT Venture, detentora de 40% das acções, o novo conselho de administração da CV Telecom passou de sete para cinco membros, tendo como administradores executivos Eduardo Mendes (recursos humanos), Alcindo Mota (finanças), quadros da empresa, Jorge Benchimol, que não fazia parte do seu quadro, e Lisa Vaz, consultora PriceWaterHouseCoopers, na qualidade de não executiva.

Para a mesa da assembleia-geral, foi escolhido o jurista Rui Araújo como presidente, que vai ser coadjuvdo por Mário Moreira e Romina Horta, devendo a comissão executiva da CVTelecom ser eleita brevemente.

A decisão foi tomada após a retoma dos trabalhos da assembleia-geral da CV Telecom, que começou de manhã e foi suspensa pouco depois, após alguma agitação, para ser retomada ao início da tarde, altura em que foram aprovados todos os nomes apresentados pelo accionista Estado de Cabo Verde.

Em declarações aos jornalistas, no final da manhã de terça-feira, o presidente da PT Ventures, Marco Schroeder, indicou que, caso a "posição de força" do accionista Estado se mantivesse, o caso seguiria para os tribunais para "repor a legalidade", sendo que, desde a semana passada, já tinha accionado os mecanismos respectivos em Cabo Verde e nos tribunais arbitrais de Paris e num outro vinculado ao Banco Mundial.

"Não podemos aceitar uma atitude de força, de tirar o nosso poder aqui dentro. Vamos brigar no tribunal, mas estamos abertos para conversar. O controlo sempre foi partilhado, há 20 anos que é assim, e não vemos motivo nenhum para mudar. Não se pode só querer mudar, tem de se ter motivos e nós não demos motivos nenhuns. Fazemos uma boa gestão da empresa e vai continuar assim", defendeu.

A PT Ventures, que detinha a administração e a mesa da assembleia-geral da CV Telecom, é controlada pela Africatel, que, por sua vez, pertence à PT Portugal, tendo Marco Schroeder negado que os 40% das acções da empresa tenham sido dispersas após a venda da participação à empresa brasileira Oi.

O gestor brasileiro indicou que a PT Ventures "não vai abrir mão" dos seus direitos e admitiu que o impasse beneficia as operadoras concorrentes, nomeadamente a Unitel T+, em que esta empresa angolana detém, via Sonangol, 5% das acções da CV Telecom.

Afirmando desconhecer se a empresa angolana estará por trás da posição do Governo cabo-verdiano, Marco Schroeder destacou o facto de, na carta que o Governo enviou em Dezembro, haver accionistas com "uma posição dúbia", uma vez que têm relação com a outra operadora cabo-verdiana (Unitel T+, participada da Unitel).

Em Dezembro de 2014, o Governo de Cabo Verde rompeu com a parceria que mantinha com a PT Ventures há mais de 20 anos,  por entender que a empresa portuguesa violou os acordos parassocial e estratégico ao vender, sem a prévia autorização das autoridades cabo-verdianas, parte das acções que detinha na CV Telecom à Telecom Oi, do Brasil.

Além da PT Ventures, são accionistas da CV Telecom o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS, com 37,9%), os Correios de Cabo Verde (CCV) e a Sonangol Cabo Verde (ambos com 5%), o Estado de Cabo Verde (3,4%) e outros privados.

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Autoria:Expresso das Ilhas,25 mar 2015 12:05

Editado porExpresso das Ilhas  em  31 dez 1969 23:00

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