É a primeira reacção da presidente do PAICV, Janira Hopffer Almada, ao anúncio feito ontem pelo Governo de que a TACV deixa de voar inter-ilhas a partir de 1 de Agosto. A líder do maior partido da oposição, que falava à imprensa à saída de um encontro na Câmara de Turismo, disse que o que foi prometido não foi cumprido.
“O que foi prometido, e penso que todos os cabo-verdianos ouviram, foi a reestruturação para privatização. Mas, dos dados que nós tivemos, e que vamos analisar de forma ainda mais aprofundada, é que neste momento se está, praticamente, a desmantelar a companhia de bandeira”, considera.
Janira Hopffer Almada justificou o seu posicionamento com os anúncios de que o Governo vai passar a controlar 49% do capital social da Binter CVabo Verde “sem se dizer como”.
“Portanto, a questão que se coloca é se essa empresa vai ter o monopólio”, questiona.
A presidente do PAICV entende que o Governo actuou com absoluta confidencialidade e sem partilhar com a nação dados fundamentais de activos estratégicos do país.
“Com efeito, seja a privatização, seja a concepção de activos públicos estratégicos, como por exemplo são os TACV, têm de ser feitos com muita cautela, tendo em conta que são negócios públicos sensíveis e que têm que ser tratados com ponderação e responsabilidade, por imperativo legal”, diz.
O PAICV vai mais longe e afirma que não tem a noção de qual é a política de transportes que o governo está a adoptar.
O executivo anunciou ontem o fim da operação doméstica da TACV a partir de Agosto. Os voos inter-ilhas passam a ser assegurados, apenas, pela Binter Cabo Verde, que cede 49% do seu capital ao Estado. Também o sector de voos internacionais e de manutenção e engenharia vão ser reestruturados e privatizados.