Os custos operacionais da TACV com o sector doméstico causavam à empresa cerca de 500 a 600 mil contos de prejuízo por ano, afirmou hoje o PCA da empresa na Comissão Especializada de Finanças e Orçamento. Um valor que José Sá Nogueira explica com o peso da estrutura da empresa.
“Não fazia sentido de continuar a manter os prejuízos de 500 ou 600 mil contos por ano e vir fazer investimento para garantir aviões e continuar uma operação com uma nova estrutura”, explicou o administrador da TACV, acrescentando que “não há mercados que aguenta dois operadores aéreos” quando “só a TACV transporta por ano cerca de 350 mil passageiros com dois aviões”.
No final da reunião com os deputados, o gestor explicou que com a reestruturação da empresa cerca de 260 pessoas deverão ser despedidas, o que se traduz numa redução de 50% dos funcionários. Sá Nogueira acrescentou ainda que 30 trabalhadores já trocaram a operadora aérea pública pela Binter Cabo Verde.
Quanto às indeminizações a serem pagas aos trabalhadores o PCA dos TACV anunciou que está previsto serem gastos cerca de 1,5 milhões de contos.
Ainda durante a audição Sá Nogueira revelou aos deputados houve uma proposta da Binter para entrar no capital social da TACV. Uma proposta chegou mesmo a ser apresentada ao anterior governo que, por sua vez, a apresentou ao anterior Conselho de Administração da TACV. “A proposta foi rejeitada”, afirmou o PCA dos TACV.
Sá Nogueira avançou igualmente que a Binter CV vai adquirir um terceiro avião, pelo que vai precisar de pilotos, agentes de escala, agentes de loja e mecânicos, de entre outros técnicos, para constituir a tripulação e reforçar o pessoal, mediante uma avaliação dos potenciais candidatos para serem absorvidas pela nova operadora.
Além disso, o PCA da TACV adiantou igualmente que a sua administração participou em todo o processo que o Governo vem fazendo nesta reestruturação dos TACV e sublinhou que o acordo com a Binter CV já foi assinado e que se trata de um recurso para prevalecer como uma “via correcta”, estando a companhia obrigada a garantir a cobertura de todo o país, aonde houver aeroportos, quer sejam ou não linhas rentáveis.