RTC: PAICV diz «instrumentalizada». MpD responde «grave atropelo». Administração «não tem conhecimento».

PorAndré Amaral,12 out 2017 11:20

Ontem a presidente do maior partido da oposição, Janira Hopffer Almada, acusou a RTC de estar a ser instrumentalizada por não dar cobertura a eventos do partido que dirige. O MpD estranha e diz que estas são “acusações graves”. PCA da RTC diz que a empresa se norteia por princípios de imparcialidade.

 

O PAICV tem a “clara percepção” de que está a ocorrer “alguma instrumentalização” da comunicação social pública em Cabo Verde, particularmente da Televisão de Cabo Verde (TCV), disse ontem a presidente do maior partido da oposição após uma reunião com o Conselho de Administração da RTC.

Na base desta acusação está o facto de serem “garantidos tempos de antena aos membros do Governo” após os debates parlamentares sem que o mesmo seja feito relativamente aos representantes dos outros partidos com assento na Assembleia Nacional.

“Reconhecemos o trabalho dos jornalistas, mas queremos saber quais são os critérios que têm determinado o tratamento jornalístico que vem sendo dado ao maior partido da oposição neste momento”, disse a líder do PAICV que acrescentou que a sociedade cabo-verdiana tem a percepção que, por exemplo, o jornal da noite do canal público de televisão dedica  “90% do seu tempo dedicado ao Governo”.

Para o MpD estas são acusações graves, “gravíssimas quando são feitas por uma líder de um partido que deixou o governo recentemente”.

Em conferência de imprensa realizada hoje, Carlos Monteiro, deputado do MpD, considerou que “é inédito em democracia que uma presidente de partido e um vice-presidente do partido, por sinal ex-ministro da tutela da comunicação social visitem as instalações da RTC para dar lições de como fazer jornalismo”.

“Para o MpD, as afirmações e a postura da presidente do PAICV configuram um grave atropelo às práticas democráticas e à atitude que se esperaria da líder do maior partido da oposição”, acrescentou.

Para Carlos Monteiro a alegada ausência do PAICV da agenda informativa da RTC tem uma explicação: “Quem quer fazer parte dos serviços noticiosos deve ter uma agenda relevante e quem deve decidir a relevância da agenda são os órgãos de comunicação social, são os profissionais do sector e não os partidos”.

Sara Pires, PCA da RTC, negou, por sua vez, qualquer instrumentalização da empresa afirmando que esta se norteia por princípios de imparcialidade.

“As questões que foram colocadas pelo PAICV são na sua maioria da responsabilidade das direcções da rádio e da televisão. São questões que tem a ver com a cobertura noticiosa, tempo de antena e que o conselho de administração não tem conhecimento e não pode imiscuir-se nesses casos”, explicou Sara Pires no final do encontro com Janira Hopffer Almada, acrescentando que os directores da TCV e da RTC não estiveram presentes no encontro porque o Conselho de Administração desconhecia os motivos da visita do PAICV à empresa pública de comunicação social.

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Autoria:André Amaral,12 out 2017 11:20

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  12 out 2017 15:55

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