Olavo Correia: Liquidação da TACV custava 60 milhões de euros

PorAndré Amaral,5 dez 2017 7:26

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Ministros da Economia e das Finanças foram ontem ouvidos na Comissão Especializada de Finanças e Orçamento. José Gonçalves disse que a pressão dos parceiros estrangeiros foi decisiva para a saída da TACV dos voos domésticos e para a assinatura do acordo com a Icelandair para a gestão dos internacionais. "Tinhamos tudo para liquidar a empresa e imputar culpas ao PAICV", acrescentou Olavo Correia.

 

Os parceiros internacionais exigiram ao governo uma solução imediata para a questão da TACV depois de vários anos de espera por uma solução para os problemas financeiros da empresa. "Os nossos parceiros disseram que a ajuda orçamental estava condicionada à solução da TACV", declarou José Gonçalves que acrescentou que apesar das soluções encontradas, "só a saída do Estado e a privatização da empresa irá apaziguar os parceiros".

Por causa dessa exigência o governo optou por extinguir a secção de voos domésticos da TACV entregando o mercado à Binter Cabo Verde em troca de 30% do capital da empresa.

Gonçalves disse ainda, na Comissão Especializada de Finanças e Orçamento, que o governo recebia mensalmente ameaças de arresto dos dois ATR operados pela TACV por causa da dívida que a companhia aérea tinha com a empresa que participou na operação de sale e lease back dos aparelhos e que as aeronaves acabariam por ser devolvidas por incapacidade financeira da TACV para os manter. "Os aviões iam sair porque não havia dinheiro para os manter e nós íamos fechar portas de qualquer forma", disse o ministro.

Já durante a tarde, o ministro das Finanças, Olavo Correia, reforçou a ideia transmitida pelo seu colega de governo que defendeu que a liquidação da TACV foi um cenário que esteve em cima da mesa. "Tinhamos tudo para liquidar a empresa e imputar culpas ao PAICV", apontou o ministro que anunciou que o encerramento da empresa se traduziria num investimento de 60 milhões de euros por parte do Tesouro.

Questionados sobre a participação do Estado no capital da Binter, ambos os governantes reconheceram a possibilidade e disseram que Cabo Verde tem até ao final de Junho do próximo ano para decidir se entra ou não no capital da empresa. De recordar que, inicialmente, a Binter Cabo Verde disponibilizaria, como cláusula compensatória pela saída da TACV do mercado interno, 30% do capital a que se juntariam, mais tarde, outros 19%. No entanto, José Gonçalves disse à saída da reunião da CEFO que o Estado pode não vir a comprar essa segunda percentagem enquanto Olavo Correia anunciou a vontade do governo em ver-se livre da totalidade do capital da empresa. "Não faz sentido acabar com uma empresa pública para criar outra", declarou o ministro das Finanças aos jornalistas no final da audição.

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Autoria:André Amaral,5 dez 2017 7:26

Editado porAndré Amaral  em  5 dez 2017 18:24

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