Gilson Alves falava à imprensa após realizar uma vista às instalações da empresa de conservas Frescomar, em São Vicente, para se inteirar da situação laboral dos trabalhadores e trocar impressões com a administração da empresa.
“Uma empresa nacional paga 25% de IUR, enquanto uma outra empresa que trabalha num ambiente do Centro Internacional de Negócios paga 2,5% de IUR. Não posso culpabilizar um empresário estrangeiro por aproveitar a oportunidade que um país lhe dá. O PTS tem solução para isso, e prometo que Cabo Verde se vai libertar deste ciclo vicioso de dependência”, disse Gilson Alves.
“A Frescomar possui grandes vantagens aduaneiras, com isenção total de taxas, mas isto é o destino de um país pobre. Basicamente doamos os nossos recursos naturais a troco de nada. É uma empresa que anualmente faz 4 milhões de contos e que está a pagar 50 mil contos de impostos por ano”, argumenta.
Para Gilson Alves, Cabo Verde está a hipotecar o futuro duas vezes, sendo que, no caso da Frescomar, a única contrapartida são os 1500 postos de trabalho.
“Para o PTS isso deve ser exactamente o contrário. Queremos que o nosso país seja independente economicamente. Queremos, temos ideias e certeza mesmo que podemos transformar Cabo Verde num país rico e que não vai necessitar de ser transformada num paraíso para empresas estrangeiras e num inferno para as nacionais”, disse.
Durante a visita o líder do PTS fez também uma passagem pela linha de montagem da empresa tendo elogiado as condições de trabalho e o nível de organização que lhe foi dado a constatar.
Conforme apurou a Inforpress, o PTS pretende organizar proximamente uma conferência subordinada ao tema: “Salário mínimo – Abolir ou manter?”.