Graziano da Silva fez essas considerações durante os trabalhos da II Reunião Ordinária do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSAN), que decorrem à margem da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que arranca esta terça-feira na ilha.
“Nós temos as políticas que foram muito bem sucedidas em países, por exemplo, como o Brasil. A fome hoje é um problema, em certo sentido, equacionado e localizado e sabemos o que fazer para combatê-la”, renovou, acrescentando, entretanto, que simultaneamente à fome, está-se a enfrentar um outro problema que tem a ver com a obesidade, o qual, disse, “não está” equacionado.
“Obesidade hoje é uma epidemia global. O mundo tem hoje dois milhões de pessoas com sobrepeso e 700 mil obesas, o que tem resultado num aumento exponencial nos custos com a saúde para combater enfermidades decorrente da obesidade, tipo diabetes, cardiovasculares e tantas outras”, apontou.
Graziano da Silva explica que a razão fundamental da problemática tem a ver com o consumo excessivo de alimentos processados, ricos em óleo saturado, frituras, sal e açúcar, os “grandes” factores por trás dessa epidemia de obesidade que assola o mundo todo.
“A receita também nós sabemos. É ter uma dieta mais saudável, que implica consumir mais produtos frescos, principalmente frutas e verduras”, aconselhou, advertindo que a comunidade tem poucas políticas efectivas para o combate da obesidade.
“A FAO recomenda, fortemente, que os países da CPLP busquem, urgentemente, directrizes para o combate do sobrepeso e obesidade. Até porque, todos os nossos países, infelizmente, estão nessa lista de países que têm uma verdadeira epidemia de obesidade, afectando, sobretudo, crianças e mulheres”, alvitrou.
A Cimeira dos Chefes de Estado e do Governo da CPLP que arranca esta terça-feira está a ser precedida de vários encontros técnicos e multilaterais com temas diversos.