“O Fogo está a viver um momento inquietante”, reforçou o antigo presidente da Câmara Municipal de São Filipe, em entrevista à Inforpress, notando que os programas PRRA e Poser, “se existirem, são clandestinos ou de expressão diminuta”, sublinhando que para o Fogo, além de “falta de visão”, não há interesse.
Segundo o Eugénio Veiga, neste momento não se fala de energias renováveis ou do sistema de esgoto para a cidade. A modernização e extensão do aeródromo e a sua iluminação “caiu no esquecimento”. Também não estão na agenda, no seu entender, a melhoria do porto e das infra-estruturas da pesca, a reabilitação das infra-estruturas de rega gota a gota ou a implementação do pólo universitário.
Para o ex-autarca de São Filipe, “a ilha não deve continuar a merecer exclusivamente intervenções emergenciais”.
A ilha, ajuntou, tem a sua potencialidade e o poder público deve ter uma “visão própria” do seu processo de desenvolvimento, e não condicionar a implementação de uma ou outra acção à situação emergência, como tem acontecido até agora, frisou Eugénio Veiga.
“O Governo deve pensar na ilha do Fogo valorizando aspectos cultural, turístico e marítimo, porque continuando como está o Fogo não conhecerá o ritmo de desenvolvimento desejado e o índice de pobreza terá um crescimento exponencial”, disse o autarca.
Segundo o mesmo, a seca,, sobretudo na freguesia da Nossa Senhora da Conceição, a mais populosa, trará “desafios enormes” tendo em conta que “não há reservas do ano anterior, nem de pasto para os animais, nem de alimentos para as pessoas”.