Hoppfer Almada falava em conferência de imprensa sobre gestão de terrenos “sem transparência”. Em declarações aos jornalistas, a líder do PAICV disse que muitas têm sido as denúncias sobre a forma “pouco clara” como vem sendo feita, nalguns casos, a gestão de terrenos municipais
“De facto, constatamos a olho nu que milhares de famílias cabo-verdianas não conseguem um único metro de terreno para construírem as suas casas, enquanto alguns cidadãos e algumas empresas têm acesso a vários lotes – alguns até de natureza e características privilegiadas”, disse.
Essa situação, segundo disse, é evidente para a sociedade cabo-verdiana, que vem “questionando” a forma como é feita a gestão de alguns terrenos municipais em Cabo Verde, particularmente pela Câmara da Praia, de São Vicente, do Sal e da Boa Vista.
“Para o PAICV, é evidente que a ausência de planeamento e de políticas urbanas afecta, sobretudo, as famílias mais vulneráveis, lançando-as nas periferias e nas zonas de maior risco de catástrofe, nas encostas das cidades e nas ribeiras, dando lugar ao chamados bairros clandestinos”, afirmou.
O MpD, entende, fez uma “intensa” campanha contra o programa 'Casa para Todos', durante o seu período de oposição, mas agora, no poder, “não tem” nenhuma alternativa ao nível da política habitacional, utilizando as casas herdadas desse programa sem critérios “claros” e sem dizer qual é a sua visão para o sector".
“Mas isso é mais uma prova da inconsistência deste Governo que vai tomando medidas avulsas, numa autêntica política de retalho, salvo devido respeito", comentou.
"Já se passaram três anos e meio. Já foram aprovados quatro orçamentos de Estado, faltando apenas um, e ainda ninguém conhece qual é a política de ordenamento de território, de solo e de habitação deste governo, para este país”, reiterou.
Janira Hoppfer Almada argumentou que o Governo “transferiu” as casas que herdou do programa 'Casa para Todos' para os municípios de modo a que nos períodos que antecedem as eleições possa vir fazer a respectiva distribuição.