Com estas declarações, o governante contraria o que havia dito antes, ou seja, de que o executivo não iria subsidiar os preços da ração animal e do milho.
Em entrevista à Rádio de Cabo Verde (RCV), Gilberto Silva explicou que quando fez as referidas declarações, ainda não tinha havido a guerra na Ucrânia, que é um dos grandes produtores do milho e outros cereais.
“Agora temos um outro factor que põe tudo isto em causa. Estamos perante uma situação muito excepcional e emergencial”, apontou, acrescentando que o seu ministério está a trabalhar uma proposta que vai ser aprovada pelo Governo, que contempla medidas que têm a ver com o “controlo e estabilização dos preços no mercado”, tanto no que concerne aos combustíveis, como no respeitante aos produtos alimentares de primeira necessidade.
“Tempos de ter soluções baseadas na ciência e tecnologia, nos dados e nas análises”, afiançou o ministro que admite que a decisão final “pode levar alguns dias”.
Segundo ele, o Ministério da Agricultura e Ambiente está a trabalhar de forma “muito intensa” com vista a levar o Governo a aprovar as mencionadas medidas.
“Há uma boa vontade do Governo em introduzir as medidas de estabilização dos preços para tornar o País mais resiliente, em termos do sistema alimentar e energético”, lançou Gilberto Silva.
Prometeu que o Governo vai fazer de tudo para que a população não tenha que continuar a suportar “excesso de flutuação em alta dos preços” que possam tornar todo o sistema “incomportável e insustentável”.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de Fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
De acordo com a Lusa, o Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.