“Os ganhos que temos conseguido até hoje são resultado de muito trabalho, trabalho abnegado e generoso dos diplomatas cabo-verdianos em prol do desenvolvimento. Desde 5 de julho de 1975, tivemos uma diplomacia do desenvolvimento e os resultados são evidentes para todos”, escreveu o chefe de Estado, numa mensagem alusiva ao Dia da Diplomacia Cabo-verdiana, assinalado esta sexta-feira pela primeira vez.
A 10 de agosto, o Governo instituiu 16 de setembro como Dia da Diplomacia Cabo-verdiana, numa alusão à data de adesão do país à Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975.
Para o mais alto magistrado da Nação cabo-verdiana, “em boa hora” se criou esse dia, considerando que, por si só, é um ganho, de consolidação das conquistas e de sofisticação dos processos.
Entretanto, sugeriu a criação de “novas ferramentas e novos canais diplomáticos, suficientemente inovadores”, para o país enfrentar os desafios de uma ordem mundial em formação.
“E de aceleração do processo de transformação socioeconómica num pequeno Estado insular saturado de muitos constrangimentos restritivos ao processo de desenvolvimento”, escreveu José Maria Neves, que está em viagem para os Estados Unidos da América, onde na próxima semana participa na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Em 47 anos, o Presidente notou que a diplomacia densificou-se, trouxe “enormes ganhos” para o país e institucionalizou-se como “um importante esteio” do processo de desenvolvimento de Cabo Verde.
“Uma diplomacia que se orientou, em primeiro plano, para a promoção dos interesses do país, e com inteligência e pragmatismo conseguiu promover Cabo Verde no mundo e mobilizar parcerias e recursos, fazendo face aos ingentes desafios que se nos colocam”, constatou.
As atividades para assinar pela primeira vez o Dia da Diplomacia Cabo-verdiana aconteceram, presenciais na cidade da Praia, e por videoconferência, organizadas pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Na sua mensagem, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou que o Governo está a preparar uma Estratégia Nacional de Política Externa, para definir uma agenda de diplomacia económica para nomeadamente atrair investimento externo.
No seu discurso de abertura do evento, por videoconferência, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Figueiredo Soares, manifestou a vontade de a diplomacia continuar a ser um “pilar fundamental” no desenvolvimento do país, que defende uma “postura cautelosamente dinâmica” na política externa.
Além de uma palestra, foram homenageados diplomatas e servidores da diplomacia, foi içada a bandeira de Cabo Verde e da Organização das Nações Unidas, seguida de plantação de uma árvore no pátio do Ministério dos Negócios Estrangeiros para simbolizar o dia.
Houve ainda apresentação de uma brochura alusiva à celebração do Dia da Diplomacia Cabo-Verdiana, em atividades que foram encerradas pela secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira.