O governante falava no acto de posse de Carlos Monteiro como novo director nacional das Pescas, a quem pediu ainda “imparcialidade, capacidade de diálogo e de resistir às influências”, lembrando que nenhuma instituição deve ser um estado dentro de um Estado, muito menos dentro de um ministério.
Aliás, dirigindo-se ao novo director nacional das Pesca, Abraão Vicente disse que o seu maior desafio é, “sem dúvida”, voltar a dar pujança ao sector das pescas, industrializar as pescas, ter um “efectivo controlo” dos recursos vivos e capacitar e dar instrumentos aos armadores para conseguirem aumentar a produtividade do sector.
O ministro aproveitou para anunciar, mas sem especificar, que as próximas semanas irão trazer “decisões importantes” ao sector das pescas, quanto ao investimento que o Governo terá que fazer para apoiar os armadores, para o arquipélago ter uma frota pesqueira “capaz de dinamizar e posicionar” Cabo Verde como “país-referência” na sub-região africana.
Recordou que o Governo trabalha para que a Direcção Nacional das Pescas tenha “todas as condições financeiras, institucionais e políticas” para fazer o seu “trabalho de fundo, com consistência e horizonte de médio-longo prazo”, e seja possível transformar Cabo Verde num “mar de oportunidades”.
Aliás, na presença de dirigentes da Associação de Armadores de Pesca, de entre outros responsáveis, o titular da pasta do Mar disse que “mais do que ter capacidade de fiscalizar as suas águas”, Cabo Verde tem que ter, “antes de mais”, capacidade industrial, daí reforçar o engajamento do Governo para com o necessário financiamento ao sector neste sentido.
“A única forma de negociar condições melhores com qualquer acordo de pesca, com a União Europeia ou outros países, depende da nossa capacidade de armação e de tirar proveito da capacidade do País”, reforçou o ministro.
Num outro momento, Abraão Vicente conferiu posse a Albertino Martins, anterior director nacional das Pescas, no cargo de presidente do Conselho Directivo do Instituto do Mar (IMar).
Os empossados prometeram “esforço e dedicação” para, num quadro de “cooperação e parceria com todos os actores do sistema”, encontrar as “melhores propostas” para vencer os desafios.