O governante, que falava no Parlamento no encerramento da interpelação ao Governo sobre o Fornecimento de Água para o Consumo e Irrigação no país, realizada a pedido do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), considerou pouco sério da parte do partido da oposição aproveitar de avarias para promover debates e falar de retrocesso em matéria de água.
“Vir fazer um debate num período em que houve uma avaria para mostrar que não há água, quando os indicadores mostram um aumento da produção de água, penso que é simplesmente uma tentativa de aproveitamento”, disse, adiantando que a primeira avaria que existe em Cabo Verde são os sete anos de seca, ou seja, "avaria climática"
“Se formos ver todo esse período é período que choveu muito menos e não houve recarga de lençóis freáticos. Portanto climático. A segunda avaria são avarias técnicas que sempre existiram em Cabo Verde”, disse, sublinhando que o Governo nunca disse que vai acabar definitivamente com o problema da água no país.
Contudo, adiantou que o Executivo tem um tem um programa que está a executar e que prevê o aumento de água para pelo menos 90 litros por pessoa diário, e aproximar 100% de pessoas com ligação à rede.
“E estamos nesse bom caminho. Os relatórios de serviços de água e saneamento falam de 93% e nós neste momento estamos nos 90 litros de água e não encontramos em 43 litros, mas sim em 38 litros de água por pessoa por dia”, lembrou, em resposta às críticas do PAICV, que afirma que hoje em dia os cabo-verdianos estão a passar mais penúria de água do que antes de 2016.
Conforme Gilberto Silva durante o mandato do actual Governo, sustentado pelo Movimento para a Democracia (MpD), mais água foram mobilizadas estando o país com 28 metros cúbicos de água dessalinizada por dia e a ilha Brava preste a entrar no rol das oito ilhas com água dessensibilizada, no caso particular com recurso a energia solar a 100%.
Igualmente falou dos contratos que vão ser celebrados para aumentar a água na ilha de Boa Vista e das negociações em curso para aumentar a água na ilha de Santiago tanto na região norte como no sul.
“Trata-se de uma caminha e, portanto, pensamos que não é sério vir cá dizer que houve a descontinuidade, regressão, quando os números concretos e a realidade concreta de ligação de água mostram que de facto houve progressão e hoje temos um relatório anual de serviço de água saneamento, que é única experiência na África que demonstra transparência na produção de dados”, sustentou.
No que se refere à agua para a agricultura Gilberto Silva explicou que a descontinuidade com a política das barragens não se deve ao facto deste Governo não gostar das barragens, mas sim uma aposta na dessalinização para complementar as barragens e reduzir a dependência face às chuvas.
O ministro reiterou o engajamento do Governo em trabalhar para disponibilizar mais agua e mais barata para o consumo e para a agricultura.