Amadeu Cruz falava à imprensa, momentos depois de presidir a abertura da reunião com o Grupo de Parceiros Locais da Educação (GPLE), que inclui representantes da cooperação no país, sindicatos, delegados do Ministério da Educação, mas também representantes de instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Sistema das Nações Unidas.
"Nós temos uma taxa de inscrição no pré-escolar a volta de 86,4 %, mas ainda não alcançarmos a universalização, falta-nos fazer a caminhada para reduzir de facto esta disparidade de acesso e criar as condições para que no futuro próximo possamos declarar o pré-escolar como sendo o nível obrigatório de preparação e ingresso no ensino básico obrigatório", precisou o ministro.
Entretanto, explicou que o encontro conta com os parceiros de educação para concluir o processo de candidatura aos fundos da Parceria Global para a Educação, tendo em conta que o Governo definiu como prioridade a reforma do ensino pré-escolar tendo como foco a consolidação da perspetiva da universalização e posteriormente a obrigatoriedade do pré-escolar.
Por outro lado, pretende também a consolidação da reforma curricular em curso no ensino básico primeiro ciclo na perspetiva da inclusão educativa, e, por outro lado, para a qualidade, sendo que serão criados factores que permitam a comparabilidade da qualidade do ensino cabo-verdiano com a qualidade dos países mais avançados designadamente da OCDE.
Avançou que a reforma do ensino básico e secundário em curso visa o domínio das línguas, ou seja, o Português, como língua nacional, as línguas estrangeiras como o Inglês e o Francês e mesmo o ensino da Língua Cabo-verdiana, enquanto língua veicular e língua nacional.
"Nós perspectivamos a consolidação do ensino particularmente da língua portuguesa como a língua nacional no básico primeiro ciclo, mas a nossa intenção também é alargar o início da aprendizagem em língua portuguesa no pré-escolar”, referiu.
Essa reestruturação, segundo o ministro, visa igualmente a capacitação dos profissionais que trabalham no pré-escolar e a produção de matérias didáticos lúdicos, quer em suporte papel, quer em audiovisual, de modo a criar condições de melhoria de ensino da Língua Portuguesa, enquanto instrumento de comunicação nacional, mas também como o primeiro instrumento de comunicação com o resto do mundo.
Na ocasião, realçou que a questão da inclusão educativa, da igualdade de género, das abordagens das questões transversais do ambiente e da transição digital dos direitos humanos são factores que constam também do sistema educativo.
Assegurou que neste momento a subvenção já está aprovada e que o momento é de delinear a estratégia de implementação para, até ao final de Outubro, ter o acesso aos fundos para dar início à implementação das reformas.
Recentemente, a Parceria Global para a Educação (GPE) aprovou o acesso de Cabo Verde à alocação indicativa para o financiamento da transformação do sistema, no montante de 5 milhões de dólares, para implementação do projecto prioritário “Melhorar a inclusão e qualidade das aprendizagens da educação pré-escolar e do 1º ciclo do ensino básico (EBO)”.