De acordo com o relatório sobre engajamento político e cívico em África, em Cabo Verde a participação em reuniões comunitárias (27%) e em ações coletivas para levantar questões locais (30%) mantém-se relativamente estável, com cerca de três em cada dez cidadãos envolvidos nessas atividades no último ano. Já o contacto direto com representantes políticos continua limitado: apenas 17% afirmam ter contactado um vereador municipal, 11% um deputado nacional e 22% um funcionário partidário.
O estudo também revela disparidades geracionais significativas. Os jovens entre os 18 e os 35 anos votam menos (70%, contra 82% entre os maiores de 36 anos), sentem-se menos próximos dos partidos (27%, contra 44%) e participam menos em encontros comunitários. Contudo, são mais ativos em ações coletivas (34%, contra 27%) e em protestos (17%, contra 13%).
No total, 14% dos cabo-verdianos participaram em protestos no último ano. Outros 56% afirmaram que não participaram, mas que o fariam se tivessem oportunidade, enquanto 28% disseram que não participariam.
Na ronda 9 do Afrobarómetro o parceiro nacional Afrosondagem entrevistou 1200 cabo-verdianos adultos em Julho-Agosto de 2022. A análise centra-se nos principais indicadores de envolvimento dos cidadãos: votação, filiação partidária, discussão política, participação em reuniões comunitárias, união com outros para levantar uma questão, contacto com líderes políticos.