COP30: Cabo Verde é responsável por 0,0017% das emissões globais e quer países a cumprir metas

PorExpresso das Ilhas, Lusa,10 nov 2025 14:24

Cabo Verde quer que os países cumpram as metas climáticas que estabeleceram e com financiamento para os mais vulneráveis, como o país insular, responsável por apenas 0,0017% das emissões globais, disse à Lusa o ministro do Ambiente.

“Cabo Verde enquanto pequeno Estado insular em desenvolvimento gostaria de ver os objectivos, as metas traçadas devidamente cumpridas”, afirmou à Lusa Gilberto Silva, que participou na cimeira de líderes que antecedeu a 30.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP30), que arranca hoje na cidade amazónica brasileira de Belém.

O governante frisou que o país é “bastante exposto aos efeitos das mudanças climáticas”

“Como tal nós gostaríamos que rapidamente as medidas propostas sejam implementadas e possamos com tudo isto também sofrer menos impactos”, frisou, referindo-se aos 300 mil milhões de dólares anuais de apoio público prometido pelos países desenvolvidos aos países em desenvolvimento.

“Nós emitimos em termos percentuais 0,0017% de emissões”, indicou o ministro da Agricultura e Ambiente de Cabo Verde, reforçando que o país quer “ter acesso aos recursos necessários porque os pequenos Estados insulares em desenvolvimento necessitam muito mais”.

“Têm um maior ‘gap’ entre aquilo que são as suas capacidades de implementação e aquilo que efectivamente emitem e as necessidades propriamente ditas”, sublinhou.

Durante a semana passada, na cimeira de líderes, vários estados insulares exigiram justiça climática e que durante a COP30, que arranca hoje, e que decorre pelo menos até dia 21 de novembro, os países desenvolvidos assumam os seus compromissos.

Estes estados insulares são, por um lado, os que menos poluem, mas o que mais sofrem os impactos da emergência climática, através de fenómenos meteorológicos extremos e insegurança alimentar.

"É evidente que os países mais industrializados, que emitem mais, mas também são mais ricos, devem muito mais” defendeu Gilberto Silva.

Outra das vozes que se insurgiu e que cobrou os países desenvolvidos para o compromisso nas próximas semanas foi a ministra dos Negócios Estrangeiros de São Tomé e Príncipe, Ilza Maria dos Santos, que sublinhou que “a vulnerabilidade pode transformar-se em força” se forem garantidas a cooperação, o investimento e o respeito pelos direitos territoriais.

“Não pedimos caridade, pedimos uma aliança justa e solidária”, declarou.

Representantes de cerca de 170 países participam a partir de hoje na COP30, sendo a primeira vez que a conferência climática se realiza na maior floresta tropical do planeta, um ecossistema vital para a regulação da temperatura global, mas também um dos mais ameaçados pela desflorestação e pela mineração ilegal.

As negociações prolongar-se-ão até ao dia 21 de novembro, com possibilidade de se estenderem por mais alguns dias, em Belém, cuja preparação para esta COP30 foi marcada por graves problemas logísticos e pelos preços exorbitantes dos hotéis, que limitaram a estrutura das delegações presentes.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,10 nov 2025 14:24

Editado porAndre Amaral  em  11 nov 2025 8:27

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