“O que se nota é que estamos em queda livre porque já tínhamos descido duas posições no ranking do ano passado e este ano mais nove, acreditamos que tudo isto está relacionado com as situações que recentemente mancharam o ambiente da comunicação social em Cabo Verde”, considerou o presidente da Associação Sindical dos Jornalistas de Cabo Verde (AJOC).
Geremias Furtado, em declarações aos jornalistas hoje, na Cidade da Praia, na conferência intitulada, “O papel dos Média na Promoção da Democracia”, realizada no âmbito do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, aproveitou o evento para frisar que “o jornalista não pode nunca ir responder a tribunal por divulgar algo que seja do interesse publico”.
“É uma descida que nos preocupa, e atribuímos toda culpa ao Ministério Público, que no nosso entender, se dá mal com a liberdade de imprensa e com a própria Constituição de Cabo Verde. Não me recordo ter visto Cabo Verde descer tanto assim nesse importante ranking”, afirmou.
O presidente da AJOC, atribuiu ainda à descida de Cabo Verde no ranking da liberdade de imprensa, a situações que recentemente, segundo Geremias Furtado, mancharam o ambiente da comunicação social em Cabo Verde.
“Todos nós sabemos do que estamos a falar no caso em que três colegas nossos foram prestar conta ao Ministério Público por terem divulgado informações relacionados a um processo que se encontrava, e que se encontra ainda em segredo de justiça. Curiosamente é um caso que é promovido por uma entidade que tem por obrigação garantir a liberdade de imprensa e outras liberdades”.
O sindicalista insiste que é preciso uma “clarificação da lei”, e volta a frisar que “no jornalismo, na comunicação social, deve sobrepor-se sempre o interesse público”.
“Estranhamos, porque a quando desta polémica que envolveu os nossos colegas do Santiago Magazine e A Nação, foram várias intervenções no parlamento em prol da liberdade de imprensa mas nenhum grupo parlamentar e nenhum deputado tomou a iniciativa para avançar com a alteração desta lei”, sublinhou.