Em conversa com o Expresso das ilhas, a Bióloga Marinha, Edita Magileviciute, sublinhou a importância de ter leis que regulamentam a gestão dos recursos da pesca, mas acrescenta que é preciso investir no conhecimento.
“As leis são importantes, mas é preciso trabalhar na divulgação das informações. Por exemplo quando se aproxima da época da proibição, ter uma campanha para informar não só os pescadores, mas principalmente a população que compra e consome as espécies de peixe, na época proibida”, disse.
A bióloga marinha, acredita que se foram divulgadas as informações atempadamente, a população se estiver dotada de conhecimento, além de não consumir, vai contribuir para uma maior fiscalização.
“Por exemplo, uma pessoa que sabe que as lagostas costeiras, durante o período de defeso que se iniciou este domingo, não podem ser apanhadas pelos pescadores, não vai comprar, nem consumir durante o período da proibição. Se chegar num restaurante e ver no cardápio que estão a servir uma espécie que esta proibida, vai recusar o consumo, sai sem pagar e a lei vai o proteger”, explicou.
Segundo Magileviciute, o Governo para ter mais sucesso na protecção das espécies, precisa conhecer “quais espécie Cabo Verde tem, em que abundância e quais os hábitos típicos de cada um” e assim vai poder elaborar leis que se adequam a protecção de cada espécie.
“As informações são muito poucas, para fazer uma exploração marinha, ou um estudo, custa muito. É um custo com benefícios a longo prazo, porque conhecendo, vamos proteger, e protegendo as espécie, garantimos a saúde marinha, e garantimos que mais tarde vamos ter as nossas queridas e singulares espécies”, sublinhou.
Edita Magileviciute, conta ainda que em algumas zonas marinhas já se nota o desaparecimento de várias espécies que antes eram facilmente encontradas, e informa que ainda o país esta a tempo de mudar a realidade, para que possa colher os benefícios mais tarde.
“Se continuarmos a negligenciar, acabamos com as espécies, consequentemente com a biodiversidade marinha. Temos zonas marinhas que só se vê os ouriços. É muito triste, mas estamos a tempo de desenvolver actitudes para garantir a sobrevivência da diversidade marinha”, testemunhou.