Gilberto Silva manifestou esta inquietação na abertura do workshop regional sobre a gestão sustentável da lagarta-do-cartucho do milho, que decorre de 13 a 17 deste mês na Cidade da Praia, numa iniciativa da CORAF, uma associação internacional vocacionada para aumentar a prosperidade, segurança alimentar e nutricional na África Ocidental e Central.
Referiu que “na maior parte dos países africanos, os agricultores assistem, ainda impotentes, aos danos causados por esta praga”, razão pela qual chamou a atenção para a necessidade de se continuar a investir na capacidade de intervenção, mediante a especialização e mobilização de recursos humanos e financeiros, bem como a logística adequada para uma luta integrada, persistente e duradoura.
A partilha do conhecimento técnico e científico e das tecnologias entre os países foi apontado pelo governante como sendo essencial, alegando que esta praga, oriunda do continente americano, espalhou-se muito rapidamente sobre o continente africano, com reflexos na diminuição da produção agrícola.
Os prejuízos económicos causados pela lagarta-do-cartucho do milho, uma das principais culturas atingidas e o terceiro cereal mais cultivado no mundo estimadas em mais de 300 milhões de toneladas por ano, explicitou o governante, são estimados em mais de 10 milhões de euros.
“Como se pode verificar, em África, para além de estragos, é disseminada com muita facilidade e rapidez e por isso a sua ameaça à agricultura e segurança alimentar é quase assustadora. Dadas a essas características, há que ter uma estratégica de sua gestão bem articulada à escala das regiões e em todos os países, caso contrário os esforços de cada um dos países terão pouca eficácia “, recomendou.
Já o coordenador do projecto CORAF disse que se pretende com esta ofensiva no solo cabo-verdiano inteirar-se e traçar estratégia da gestão integrada da lagarta-do-cartucho do milho, visando o seu impacto na produção agrícola, bem como dotar os especialistas em protecção vegetal uma base sólida para uma estratégia de comunicação eficaz.
Hipólito Affrogron enalteceu o empenho das autoridades cabo-verdianas em “acolher esta importante reunião” a nível regional, convicto que que os quatro dias de trabalho serão determinantes para o reforço a capacidade de comunicação para a luta integrada contra esta praga, visando a, melhoria da produção agrícola no continente.