“Nós estamos a viver um período de muitas dificuldades económicas. A nossa universidade não fica indiferente a isso. Prova disso é que os alunos que pedem bolsas e apoios atingem um número bastante significativo. É nesse quadro que estamos a desenvolver uma política de apoio interno”, disse a pró-reitora para política estudantil, assuntos sociais e extensão, Fátima Fernandes.
Aquela responsável, que falava aos jornalistas no quadro de um encontro que a nova equipa reitoral promoveu com os jornalistas na manhã de hoje, cita como exemplo as bolsas de apadrinhamento, por iniciativa do próprio reitor, José Arlindo Barreto, estando também a Uni-CV a trabalhar em articulação com as empresas e outros parceiros para conseguir outros apoios.
“O nosso objectivo é aumentar o número de alunos beneficiários das bolsas. Paralelamente a esses exercícios temos a nível da política estudantil a possibilidade de alunos estarem a tempo inteiro na universidade, ocupando as residências estudantis”, frisou, adiantando que os residentes beneficiam também de um pacote especial da cantina da universidade.
A professora Fátima Fernandes adiantou ainda que os centros de investigação, que estão instalados na Universidade de Cabo Verde, também desenvolvem programas de bolsas para assistentes de investigação.
“Só para terem uma ideia, as bolsas variam de 10 a 20 mil escudos o que lhes possibilita, por exemplo, por cada mês de bolsa, puderem também pagar as suas propinas”, explicou.
A par disso, adiantou que mediateca, agora muito mais equipada, e que congrega recursos de todas as unidades orgânicas, faz com que os alunos disponham de material de suporte às suas aulas, para além das salas de estudos e salas de informática com acesso à Internet para desenvolver as actividades fora das salas de aula.
A Uni-CV dispõe de um fundo de acção social, que segundo a pró-reitora, já vinha da gestão anterior e que foi criado precisamente para ajudar o leque de estudantes que não tem uma condição financeira que lhes permitam assegurar alimentação, estadia, recursos bibliográficos, transportes e propinas.
Esse fundo, segundo Fátima Fernandes, dispõe de uma verba do orçamento da universidade e vai sendo reforçado com programas desenvolvidos ao longo do ano.
“Posso falar em feiras, fazemos galas, encontros de estudantes, convidamos estudantes a estarem connosco, as entidades que nos visitam e que propõe apoiar os estudantes podem reforçar o fundo. Portanto, estamos a falar de empresas como a Telecom, a Unitel, os bancos”, apontou.
Esse fundo, segundo explicou, obedece a um regulamento a partir do qual são identificados os alunos que necessitam de apoios e que são escalonados em função dos tipos de necessidades.
O reitor da Uni-CV, José Arlindo Barreto, confirma que houve um número crescente de alunos que entraram em incumprimento em termos de pagamento de propina, sem, no entanto, entrar em detalhes.
Fala em busca de soluções para ajudar os alunos e também garantir a sustentabilidade da universidade.
Com o apadrinhamento de um aluno durante os quatro anos do curso, José Arlindo Barreto afirma que quis dar o exemplo e adianta que a sua atitude já está a ter repercussão com outros colegas e um professor reformado a também se disponibilizarem a apadrinhar alunos em situação de dificuldades.