A informação foi avançada pelo director executivo da Associação Projecto Vitó, Herculano Dinis, ao apresentar os resultados deste projecto, financiado pelo Fundo de Parceria para Ecossistemas (CEPF, na sigla em inglês) e implementado de 2019 a Junho de 2022.
De entre outros ganhos e resultados deste projecto, Herculano Dinis indicou que em parceria com as associações comunitárias das zonas de amortecimento do Parque Natural do Fogo foram produzidas e afixadas 25 mil plantas endémicas de 12 espécies.
A fixação das plantas endémicas permitiu recuperar 25 hectares de terreno na zona do Parque Natural onde não existia qualquer vegetação e muita erosão do solo.
O projecto tinha um orçamento de 189 mil dólares, que foi transferido na totalidade mediante apresentação de relatórios técnico e financeiro trimestral.
Além de produção e fixação de plantas endémicas e de recuperação da área despedida de vegetação, a associação, em parceria com as escolas, instalou 14 jardins botânicos nos recintos escolares, produção dos primeiros painéis interpretativos, elaboração de plano de monitorização da vegetação do Parque Natural do Fogo, a proposta de criação de uma área protegida na Brava, entre outras actividades.
A Associação Projecto Vitó foi autorizada a colocar cinco dos seis painéis interpretativos da Reserva Mundial da Biosfera no interior do perímetro do Parque Natural do Fogo (PNF).
Com o fim do projecto projecto “melhorar o conhecimento pela conservação das espécies da flora ameaçadas de extinção nas ilhas do Fogo e Brava”, esta organização não-governamental não vai deixar de trabalhar a parte relacionada com a flora.
Herculano Dinis anunciou que a Associação Projecto Vitó tem o financiamento para implementar, nos próximos três anos, o projecto “é momento para a conservação da flora de Cabo Verde”, através da Fundação Audemars Piguet.
Trata-se de um “projecto ambicioso” que alarga os trabalhos que o Projecto Vitó tem estado a desenvolver nas ilhas do Fogo e da Brava e nos Ilhéus Rombos, para todo o Cabo Verde, priorizando o trabalho com as espécies de árvores endémicas de Cabo Verde, como Marmulano, Dragoeiro, Espinho Branco e a Tamareira.
O projecto terá um foco “muito especial” na Reserva Mundial da Biosfera (ilha do Fogo) e segundo Herculano Dinis está assegurado o financiamento para a criação do logotipo e do website da Reserva Mundial da Biosfera, a produção de mais dez painéis interpretativos, levantamento das espécies como Marmulano e Dragoeiro, assim como aquisição de uma viatura para apoiar na realização dos trabalhos.
Neste particular, o objectivo é, em parceria com o Governo e a Direcção Nacional do Ambiente, começar a trabalhar os aspectos básicos da reserva como a criação de um website, trabalho de educação ambiental, dinamização do conselho de assessoria que já foi criado, definição do organograma, de entre outros aspectos.