A moção de hoje foi o primeiro passo daquela série de votações a realizar antes da dissolução do parlamento e ocorreu dois dias depois de o primeiro-ministro de Israel, Naftali Bennett, ter anunciado o fim da coligação no poder.
A aliança governamental é constituída por oito partidos políticos, está no poder desde 2021, e integra partidos comprometidos com uma solução de dois Estados em relação aos palestinianos, mas também ultranacionalistas que se opõem a um Estado da Palestina e o primeiro partido árabe a apoiar um governo israelita.
A coligação - que derrubou o líder da direita israelita Benjamin Netanyahu após 12 anos no poder - foi afetada por lutas internas e deserções durante os últimos meses.
As propostas para dissolver o parlamento foram aprovada pela maioria dos 120 membros do Knesset (parlamento israelita), mas ainda é necessária a votação final - em pelo menos uma das moções - para a dissolução formal e que pode ocorrer eventualmente na próxima semana.
Assim que a moção for aprovada, Bennett deixa o cargo de primeiro-ministro entregando o poder ao aliado de coligação, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Yair Lapid, até às novas eleições, que podem vir a ser agendadas para outubro.
Bennett e Lapid formaram a aliança em oposição a Netanyahu, após quatro eleições inconclusivas.
Até ao ano passado, o Knesset encontrava-se dividido entre os deputados que apoiavam o governo liderado por Netanyahu e aqueles que se recusaram a unir forças com o líder do Likud devido às acusações de corrupção.
Netanyahu começou a ser julgado em maio de 2020 por "suborno", "fraude" e "abuso de confiança" em três casos de corrupção, acusações que rejeita e que atribui a "perseguição política".
Sondagens publicadas na terça-feira indicam que o partido Likud de Netanyahu vai continuar a ser o mais votado, mas que continua em aberto a possibilidade de criação de uma nova coligação contra o antigo chefe de governo.