Um ano após a sua morte, Corsino Fortes está agora imortalizado num busto, instalado na rua da Escola Secundária Jorge Barbosa, em São Vicente, via que passa a ter o nome do poeta.
A homenagem daquele que é considerado uma ilustre e imortal figura nacional, aconteceu por ocasião do primeiro aniversario do seu falecimento. A iniciativa resultou de um esforço conjunto entre a IMPAR Seguros, a Comissão Temática de Promoção e Difusão da Língua Portuguesa dos Observadores Consultivos da CPLP, a União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA) e contou com a colaboração da Câmara Municipal de São Vicente.
Para Luís Vasconcelos Lopes, administrador da IMPAR, seguradora fundada por Corsino, o poeta era um homem multifacetado, nas suas dimensões de magistrado, diplomata, governante, empresário e escritor. "Homem sábio é aquele que, ao mesmo tempo, se recorda que é descendente do passado, mas sabe também que é um parente do futuro", salientou Luís Vasconcelos Lopes.
A evocação da memória e do legado da figura ímpar da cultura cabo-verdiana ficou a cargo de Ana Cordeiro, que falou sobre a poesia de Corsino Fortes, poeta que nasceu em São Vicente, em 1933, e que foi, antes da morte, o primeiro presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras. Corsino Fortes publicou os primeiros poemas no Boletim dos alunos do Liceu Gil Eanes, no Boletim de Cabo Verde e na revista Claridade. "A sua obra pode ser lida como uma sinfonia em quatro movimentos”, disse, a propósito, Ana Cordeiro.
Em nome da Academia Cabo-verdiana de Letras, Carlos Araújo agradeceu a homenagem, referindo-se a Corsino como “um homem grande, um escritor grande e um poeta grande, que estendia a mão a todos os escritores, poetas, pessoas que gostavam da literatura e da cultura. Estendia a mão para irmos ver a beleza que ele estava a ver”.
Por seu lado, o coordenador cultural da UCCLA, Rui Laurido, destacou o homenageado como alguém que assumiu com “grande clareza”, o papel social que a literatura ocupa no despertar de consciência do ser humano.
“Tal como Amílcar Cabral afirmou expressamente, toda a revolução é um acto de cultura”, recordou.
A filha do poeta, Verónica Fortes, também marcou presença e relembrou o pai, "único".
“Único no amor pela família, no amor e amizade pelos amigos de infância que são família, que são irmãos, único neste ser cabo-verdiano, na nossa identidade, na nossa riqueza de espírito, na nossa cultura e numa crença indiscutível de que somos capazes de alcançar, de fazer mais e de sermos mais. Único na postura de vida, na integridade, na seriedade, nos valores éticos de trabalho e na luta pelo que é justo e pelo que é certo”, descreveu.
O poeta, Corsino Fortes, nascido em 1933, no Mindelo, morreu a 24 de Julho de 2015, na sua terra natal, depois de lutar contra um cancro. Corsino, que esteve em tratamento em Portugal, regressou a São Vicente nos últimos dias da sua vida.