Chama-se “O Albergue Espanhol” e é o livro de estreia de Jorge Carlos Fonseca como romancista (ou quase isso). Foi lançado esta quinta-feira, no Sal.
Dissemos romance, mas talvez não. Diríamos poema, mas nem assim. A nova obra do Presidente da República, perdão, do escritor, que já sabíamos poeta, é, bem vistas as coisas, aquilo que o título nos sugere: um albergue.
O Clube ASA, em Espargos, encheu-se para, no âmbito do Festival de Literatura-Mundo do Sal (FLMS), ouvir falar da obra que o crítico José Mário Silva, convidado a apresentar a novidade literária, admitiu ser, enfim, complexa.
"É uma casa de palavras, infinitamente elástica, sempre em mutação, à procura de uma forma e encontrando o seu sentido, justamente, nessa busca. Estamos perante um romance ou longo poema? A resposta não é evidente e talvez nem sequer seja necessária”, arriscou.
Já antes, Filinto Elísio, editor da Rosa de Porcelana, que empresta a sua chancela ao livro, havia proposto uma comparação singular.
"Com os seus flagrantes, Jorge Carlos Fonseca escreve de modo rizomático e polifónico, como se fosse um grande maestro a dirigir uma sinfonia".
Assim sendo, não restou ao autor alternativa e lá agradeceu pelas explicações sobre um livro que ele próprio não consegue definir.
"Agradeço penhoradamente as leituras feitas pelo Filinto Elísio e pelo José Mário Silva, que me ajudaram a perceber o livro", ironizou.
"O Albergue Espanhol", de Jorge Carlos Fonseca, editado pela Rosa de Porcelana foi o primeiro de cinco livros a lançar até domingo, no Sal, no âmbito do FLMS. Esta quinta-feira é apresentado “Polaroides de Distintos Naufrágios”, de José Luiz Tavares.