Segundo informações avançadas pela agência Lusa, Marlene Monteiro Freitas receberá o Leão de Prata e Meg Stuart o Leão de Ouro, a 22 de Junho, na abertura do 12.º Festival Internacional de Dança Contemporânea.
Jorge Carlos Fonseca, que ficou a saber da notícia, quando questionado pelo jornalista após presidir a abertura do III Congresso Internacional dos Médicos Cabo-verdianos, na Cidade da Praia, considerou tratar-se de uma “óptima novidade”, salientando que este é também um estímulo para todos cabo-verdianos para que sejam campeões.
“Só tenho que ficar muito satisfeito. Dar os parabéns à coreografa e, através dela, estimular todos os cabo-verdianos e as cabo-verdianas que trabalham em áreas do desporto, das artes, da cultura, da literatura, da poesia, para que possamos ser campeões em muita coisa”, disse.
A Bienal de Dança de Veneza, em Itália, uma das mais prestigiadas do mundo, anunciou ontem a atribuição do Leão de Prata de carreira à coreógrafa cabo-verdiana Marlene Monteiro Freitas.
Nascida em 1979, em Cabo Verde, onde fundou o grupo de dança Compass, a bailarina e coreógrafa Marlene Freitas co-fundou em Lisboa a estrutura cultural P.O.R.K, com a qual assinou coreografias como “Bacantes – Prelúdio para uma purga”, “Marfim e carne – as estátuas também sofrem” e “Paraíso”.
É “uma das mais talentosas da sua geração”, que se interessa mais pela “metamorfose e deformação”, que trabalha mais com as emoções do que os conceitos, e que apaga as fronteiras do que é esteticamente correcto, lê-se na nota de imprensa da organização.
O Ministério da Cultura e Indústrias Criativas, Abraão Vicente, por seu lado, também reagiu a essa conquista da coreografa cabo-verdiana.
“Cabo Verde orgulha-se do trabalho da nossa artista e criadora Marlene Freitas que assim se transforma num exemplo a seguir pelos jovens cabo-verdianos. Marlene torna-se assim um orgulho nacional, pelo que fica o desafio a todos os cabo-verdianos de incorporarem a importância deste prémio na sua própria história”, lê-se numa nota de imprensa enviada aos órgãos de comunicação.
Em finais do ano passado, juntamente com uma geração de artistas e criadores, a bailarina foi galardoada pelo Governo cabo-verdiano com a Medalha de Mérito Cultural do 2.º Grau, pelo seu contributo à cultura do país.
Em Março, a também professora e pesquisadora, residente em Portugal, foi distinguida com o prémio de melhor coreografa pela Sociedade Portuguesa de Autores, com a obra “Jaguar”, num reconhecimento pelo seu “trabalho e talento” de levar o país além-fronteiras.
A entrega do prémio terá lugar no dia 22 de Junho, na abertura do 12.º Festival Internacional de Dança Contemporânea.