Neste momento, os agentes musicais já andam ao rubro, os aficionados ansiosos pelo cartaz, à procura de dicas que lhes permitam saber o cartaz completo dos eventos que se aproximam, e os “festeiros” já escolhem as roupas, fazem os chats do Facebook para começarem a preparar “le route”.
A cidade prepara-se para receber a música. Venha ela!
Abre o Grito Rock Praia, segue-se o AME, este ano remodelado e o Kriol Jazz Festival é o responsável pelo fecho destas maravilhosas semanas.
O primeiro momento pertencerá como acima referido, ao Grito Rock Praia. Toda a cidade abanar-se-á ao som do Rock e do Metal. O Grito Rock Praia, festival abraçado por uma label independente que, por paixão a este estilo musical, propôs ao referido festival já presente que também se estendesse a Cabo Verde. O Grito Rock (presente em aproximadamente 40 países e 400 cidades mundiais) aceitou a então jovem ArtiKul, trouxe-nos o Rock/Metal. Começou com as habituais exclamações por parte da nossa “crítica musical” mas, passo a passo, transformou-se no que é hoje a divulgadora por excelência deste género musical em Cabo Verde. Com os espectáculos de grupos internacionais e nacionais, o festival vai diversificando cada vez mais o seu cartaz.
Contudo, de enorme louvor serão as actividades paralelas que se vão realizando ao longo do período-Grito-Rock. Uma série de workshops e acções de carisma pedagógico valorizam este festival que não só é palco, acções formativas, sociais e de partilha de conhecimento – como disse, “partilha” – uma palavra que deve ser cada vez mais usada no nosso panorama musical. Por fim, talvez o mais relevante: o facto de claramente terem sido os responsáveis pelo cimentar da cultura Rock/Metal na Cidade da Praia.
Ainda a sublinhar a escolha de figuras sempre marcantes, porém algumas esquecidas, do nosso panorama musical.
Grito Rock – um sonho que se tornou uma referência no calendário dos festivais de Cabo Verde.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 851 de 21 de Março de 2018.