RAIZ DI POLON estreia “Coração de Lava” e “Kodé di Dona”

PorDulcina Mendes,6 mai 2018 7:58

​“Coração de Lava” e “Kodé di Dona”, são as duas peças de dança que a companhia Raiz di Polon vai estrear em Maio, na cidade da Praia. Depois da estreia, pretendem levar as peças ao Mindelact, que acontece de 2 a 9 de Novembro.

A intenção do Raiz di Polon é também levar essas peças à Espanha e Argentina. “Kodé di Dona” é um dos dois trabalhos da companhia de dança Raiz di Polon actualmente em fase de criação, ambos coreografados por Mano Preto, sendo que “Coração de Lava”, que é inspirada no livro homónimo do poeta José Luiz Tavares e do fotógrafo Belo Duarte, estreia também em meados deste mês.

Um sketch da peça “Kodé di Dona” foi apresentado no mês passado, na Assembleia Nacional, no âmbito das comemorações do 30.º aniversário das Relações de Cooperação e de Amizade entre Cabo Verde e Coreia do Sul.

Conforme Mano Preto, a peça já foi testada em outros lugares. Na sua segunda obra a solo, depois da ofegante, tensa e frenética “Dom Quixote da Ilha”, de 2007, Mano Preto pretende prestar homenagem a um dos vultos maiores das artes cabo-verdianas, que foi Codé di Dona.

A estreia será nos Paços do Concelho da Praia e será depois repetida em São Francisco, em frente à casa do músico. “Depois pretendemos levá-la para outros palcos, quer nacional quer internacional”.

O projecto “Kodé di Dona”, conforme o coreógrafo, foi resultado de dois anos de pesquisa. “Vamos dar um outro tratamento à peça, nomeadamente no figurino, que será baseado na cor das roupas que o músico usava, e no seu famoso boné”.

Mano Preto pretende ainda envolver a família do falecido músico neste projecto, para tocarem ao vivo.

Esta peça, que terá 25 minutos de duração, contará com a participação de dois dançarinos. “A primeira fase da pesquisa de movimentos para a peça «Kodé di Dona» na Praia contou com a colaboração dos bailarinos da companhia Djamilson Barreto e Kaká Oliveira”.

Na sua primeira incursão coreográfica em que encarna uma personagem histórica real específica ao longo de uma obra inteira, o director da companhia de dança Raiz di Polon pretende lançar mão de toda a sua experiência não só enquanto coreógrafo e criador cénico, como também enquanto intérprete e actor, para transmitir as idiossincrasias e especificidades do ser santiaguense tal como são destiladas na pessoa de Codé di Dona.

O músico é mais conhecido pelo público cabo-verdiano como compositor de temas incontornáveis do repertório das ilhas como “Fome 47” e “Pomba na Varanda”, mas era também um intérprete inimitável, um poeta de rara expressividade, subtileza e força filosófica, e uma personalidade que continua a marcar uma certa maneira de ser.

Em termos de actuação, Mano Preto assegura que encarnará a personagem de Codé di Dona através da dança, principalmente o funaná, género com o qual o compositor é mais associado, mas também a valsa e a morna, assim como através da interpretação dos gestos e expressões corporais e faciais do falecido artista.

“Para brindar o público não com um retrato biográfico da figura histórica, mas com uma história figurativa contada e transmitida através de uma encenação que recria um ambiente em que todos reconhecem a figura de Codé di Dona”, explicou.

Residência artística em Portugal

Mano Preto encontra-se em Portugal, numa residência artística/criativa para concluir o trabalho coreográfico da sua peça a solo “Kodé di Dona”.

A residência acontece nos Estúdios Victor Cordón da OPART de Portugal, instituição que cedeu o espaço onde decorrem as sessões criativas até o dia 7 de Maio.

Fundada em 1991, por Mano Preto e Zezinho Semedo, a companhia Raiz di Polon já tem várias peças apresentadas no país e no estrangeiro. Em 1997, criou a sua primeira peça de dança contemporânea, “Até ao fim”, que foi apresentada em Cabo Verde e em Portugal.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 857 de 02 de Maio de 2018.

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Autoria:Dulcina Mendes,6 mai 2018 7:58

Editado porAndre Amaral  em  6 mai 2018 7:58

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