Foi lançado em 72.
Wonder fazia parte de um grupo de músicos que escreviam e gravavam para a ilustre Motown - a voz da música negra de então, tendo sido de máxima importância ao longo dos anos.
Vinha então do sucesso de “Music on My Mind” o que fez com que a editora lhe tivesse dado maior liberdade. Aliás, a trilogia “Music on My Mind – Talking Book – Innervisions” dos anos 71 a 73 foi imbatível na carreira de Wonder e preciosa na história da “Soul Music”.
Stevie Wonder aproveitou.
A essa liberdade Stevie Wonder respondeu com “Talking Book”.
As letras eram preciosas e retratavam experiências muito “himself”, o que era pouco vulgar nessa altura na Motown (apesar de, meses antes, Marvin Gaye ter começado esta abordagem em “What’s Going On”)
O trabalho de teclas de Stevie Wonder e do produtor foram marcantes. De instrumentos inovadores a misturas de algum teclado de produção arrojada (porém conseguida), “Talking Book”, resultou em um dos mais fortes trabalhos do músico.
Como temas mais conhecidos, o doce tema que abre o disco –“ You Are the Sunshine of My Life”, que ganhou inúmeros prémios e o eterno “beat” de “Superstition” transposto inúmeras vezes para samplers de grupos de funky ou de dança.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 857 de 02 de Maio de 2018.