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Tenho assistido ultimamente a alguns espetáculos musicais na Assembleia Nacional, onde também está instalada a exposição dos Levy Lima – Luís Miguel e David.
Em todos os espetáculos tive a mesma sensação: que os doces meninos, os músicos e cada uma das figuras retratadas nesta exposição, tinham sempre uma palavra aliciante, que nos diziam antes de entrarmos para nos envolvermos com a música.
Há uns meses atrás, já tinha escrito sobre os quadros destes artistas, exaltando a sua pintura, abordando o aspecto da enorme capacidade de conseguirem passar tamanha musicalidade apenas com as expressões faciais dos artistas – referia-me sobretudo a um quadro de Paulino Vieira do Luís Miguel e um outro que desenhava um músico de Jazz do Miguel.
Desta vez encantou-me a maneira como foi abordada, para além da música, a dança – os ritmos de Santiago.
Acredito que Luís Miguel Levy Lima por vezes deixa de ser pintor para passar a ser um tipo de músico-bailarino, que mistura as cores e tintas à música e num só pensar, imaginar, compor ou sonhar, consegue retractar isso tudo numa tela…que deixa de ser só tela…passando a um tipo de tela musicada.
Desta vez vieram Luís Miguel e o tio David. Contamos ver os quatro de novo em Cabo Verde. A exposição que nos dias de espectáculo se enamora pela música e juntas (en)cantam, vai estar na Assembleia Nacional até o dia 8 de Julho pelo que ainda tem tempo, se é que ainda não foi, de a visitar.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 866 de 4 de Julho de 2018.
