Recomendação para ouvir: Os cotidianos de “João”

PorPaulo Lobo Linhares,11 nov 2018 7:18

​Aproveitando a estadia do músico em Cabo Verde, fui buscar para ouvir o disco “João”, o mais recente trabalho discográfico de João Suplicy, que agora completa 20 anos de carreira.

Num disco onde a linha condutora é o amor, no seu mais vasto significado, durante o passeio que nos é proposto por Suplicy, os momentos e paragens são das mais diversas cores…

O músico e letrista passeia entre ritmos Blues e a forte presença da sua linguagem primeira - o Pop-Rock - influência clara e marcada do Pop, e do Rock com fortes resvales para as sonoridades do Rockabilly. Poderá haver, um pouco escondidos, preciosos momentos de alguma MPB, ou até mesmo de ritmos mais tradicionais…

Começamos alegremente com o tema, “Liga a Cabeça”, provavelmente o” hit” do disco.

Seguindo, é-nos oferecido um dueto interessante com Zeca Baleiro num tema onde a letra nos faz sorrir, da forma como a realidade é c(a)ontada. “Nos nossos dias mais vale o tempo de um abraço e de um olhar” traduz bem a essência de Suplicy nesta primeira parte do disco, onde canta alegremente, com muito humor e amor, “de brincadeirinhas”, o dia-a-dia.

Contudo, aproximamo-nos da “segunda parte” do disco, e Suplicy vai mergulhando em temas e letras mais sérias, ou, se preferirmos, mais maduras…em temas instrumentalmente tratados de forma menos colorida… amores/desamores e descontentamentos com o mundo/humanidade.

O cheiro do amor continua a dominar as letras. João transmite os ideais de um incontornável romântico …e a instrumentação acentua-se cada vez mais no rock, algo sixty, onde também sobressaem as baladas com marcas de muito Blues.

Ainda nesta viagem de “João” há tempo para falar de um “dicionário do amor” que deverá ser lido provavelmente numa aconchegante “madrugada”, que segundo o músico é quase que “sua namorada”.

Referência ainda para o violão-de-João, dedilhado sempre de forma diferenciada, vagueando entre risos, sorrisos e melancolias… mas sempre com o destaque de solos, que vão mostrando o à-vontade e virtuosismos do músico.

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 883 de 31 de Outubro de 2018.

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Autoria:Paulo Lobo Linhares,11 nov 2018 7:18

Editado porSara Almeida  em  12 nov 2018 8:16

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