A 24ª edição do Mindelact que teve a abertura em grande com a coreógrafa cabo-verdiana Marlene Freitas e encerrada com o musical “Elas - uma viagem no feminino”, encenada por Vera Cruz.
A Cidade de Mindelo esteve durante os dez dias do Mindelact muita agitada, e pelo palco passaram nomes sonantes do teatro mundial, como é o caso da actriz e directora brasileira Vera Holtz, com o espectáculo “Sonhos para Vestir”.
À semelhança do ano passado, a 24ª edição do Mindelact esteve na Cidade da Praia com três espectáculos, no Centro Cultural Português.
Durante o festival, a Rádio Morazeba esteve em conversa, com várias pessoas para saber as suas opiniões sobre este evento que no próximo ano vai comemorar as bodas de prata.
Avaliação do Mindelact
O grupo teatral Otaca de Santa Catarina de Santiago esteve este ano no Mindelact com a peça “Serenata de um badiu”. Para o seu representante Narciso Freire, este evento surpreendeu-lhe em todos os sentidos.
O rapper mindelense Batchart que este ano foi assistir ao Mindelact, disse que gostou do festival. “É muito interessante olhar um pouco de tudo neste evento, sempre que vou ver o teatro ou outra forma de arte recolho algum subsídio para mim. Está a ser um trabalho de pesquisa interessante, porque desperta em mim outras curiosidades, e isso me leva a fazer mais pesquisas e ter possibilidade de aprender mais”.
César Fortes, um dos responsáveis técnicos do Mindelact, sublinhou que o festival está num nível muito bom. “Agora é continuar com o trabalho para que esse evento tenha sempre mais força aqui e lá fora”.
O luminotécnico e actor Edson Fortes conta que já está com mais de vinte anos nessas andanças e que o Mindelact tem tido sempre boa programação. “O ponto forte desse festival é a sua programação, mesmo que o Mindelact estiver a atravessar algum momento menos bom, sempre teve o cuidado de oferecer uma boa programação”.
Já Emanuel Ribeiro que começou a fazer teatro na Escola Salesiana em São Vicente e que já passou por várias formações. Apresentou no Mindelact a peça “Esta Noite choveu Prata”. Disse que este festival é especial e que tem um ambiente também peculiar.
“O que faz da exibição de qualquer peça, um momento de quase estreia, para a configuração do ambiente e de todo o clima que representa o Mindelact, e que coloca sempre desafio maior a um espectáculo”, indica.
O palhaço internacional Enane Torres que esteve no Ciclo Internacional de contadores de estória conta que participa pela 14ª vez no Mindelact, e que a cada ano que volta ao festival sente-se mais feliz. “Vejo o crescimento do festival e sinto-me realizado em oferecer o meu trabalho de teatro para as crianças e adultos de Mindelo”.
Para a actriz cabo-verdiana Patrícia Silva o Mindelact é um grande evento e uma oportunidade para as pessoas que fazem o teatro. “A peça de Marlene Freitas foi a melhor que vi na minha vida, porque gosto do movimento, da dança e do trabalho à volta do corpo, então para mim foi excelente olhar a Marlene Freitas com o seu grupo em cima do palco”.
O fotógrafo do festival Bob Lima acredita que esta edição superou todas as suas expectativas. “A peça que me marcou também foi a da Marlene Freitas. Foi uma peça sem diálogo e sem texto, só com expressão corporal, o que faz todo o sentido”.
Zenaida Alfama, responsável do staff que trabalha neste evento desde a segunda edição, disse que cada vez mais o festival tem ganhado mais dimensão. “Em cada edição, temos coisas novas. Este ano estamos com muitas pessoas, tentamos sempre colocar alguma actividade nova no decorrer do festival, para tentar agradar a todo o público”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 885 de 14 de Novembro de 2018.