Pois, o nome de Yamandu também foi lembrado, quando soube que vai estar entre nós, o violonista Vinícius Sarmento, para shows, workshops e muita troca de experiências com os nossos violonistas.
Vinícius é um jovem músico e compositor que de certa forma vem acrescentando qualidade à nova música instrumental brasileira. Desde cedo adoptou pelo violão de 7 cordas como seu instrumento de eleição e cuidadosamente foi se aperfeiçoando, primeiro com os dotes musicais que encontrou na família, e depois com as experiências bebidas em mestres como Yamandu Costa, de quem confessa ser profundo admirador. Vinícius inclusive, já partilhou o palco com o seu mestre, Yamandu.
Desde muito cedo Yamandu Costa é arrebatado pela magia do violão. Com 7 anos já tocava e aos 15 faz a sua primeira apresentação.
Num universo musical onde cabem imensos géneros da música brasileira como o Samba, o Choro ou os ritmos de outros palcos da América do Sul como o Tango o Chamamé, o instrumentista passeia a seu bel-prazer, em autênticas viagens musicais onde o virtuosismo e a alma são pontos de referência.
O seu estilo de abraçar o violão é único. Numa mistura de melodias que consegue sublimemente pedir às suas cordas, e a “percussividade” que rouba das mesmas, Yamandu encanta e empolga todo e qualquer ouvinte que o segue.
Todo este universo é salpicado pelas confessas influências do músico: Tom Jobim, o violão de Baden Powell, Radamés Gnatalli, Paulo Moura… ou Astor Piazzolla.
Para proposta fica o seu primeiro trabalho, pelo qual conheci o músico e de imediato me apaixonei – o disco Yamandu, de finais do ano 2000.
Abre com o tema “Brajeira” do enorme Ernesto Nazareth e passeia pelos sons e tons que vão do Brasil até a outros países da América do Sul, como a faixa “Chamame”.
Para terminar, referir o ponto de união dos dois músicos referidos: Yamandu e Vinícius são excelentes executantes do famoso Violão de 7 cordas.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 888 de 05 de Dezembro de 2018.