Esta edição trouxe ao nosso palco, um dos nomes maiores do Jazz-Fusão.
Refiro-me a Stanley Clarke, que nos deixou suspensos desde a primeira nota até ao fim do espectáculo. Praticamente o espectáculo começou logo no primeiro minuto, puxou-nos para ele, fez com que nos misturássemos com inúmeras sensações musicais e, depois de já cansados, aterramos literalmente, num misto de satisfação, alegria e cansaço…mas querendo ainda continuar e se possível fosse, recomeçar tudo do início.
Se Stanley, por si só é sinónimo de elevação e qualidade, trouxe ainda com ele um naipe de músicos de elevada qualidade. Embalou-nos com as tablas, suspiramos com o violino, vibramos com a bateria…tudo isso comandado pelo pulsar das linhas que vinham do baixo de Clarke.
No palco, instalaram-se, parecendo enchê-lo e, sobre pura elevação, ofereceram ao nosso público momentos de música, normalmente presentes nos grandes festivais mundiais.
Se nos lembrarmos da curiosa maneira como o pequeno Stanley optou pelo instrumento que viria a ser o seu companheiro, talvez chaguemos à conclusão de que a música escolhe os seus filhos para missões: no dia da primeira aula, o baixista terá chegado atrasado e só lhe sobrou o baixo. Então o pequeno Clarke abraçou-o e nunca mais se separaram. O final foi feliz…
Para tentar acalmar a minha ressaca musical, fui buscar um DVD com um espectáculo de Stanley, onde chama oito baixistas. O virtuosismo mistura-se com o amor pela música e tudo nos leva a momentos de excepção musical.
De Bela Flack ou Marcos Miller... a Flea, o espectáculo vai crescendo, e conquista quem o vê, mostrando um enorme baixista , conta-baixista e sobretudo líder musical.
Fica então a sugestão para ver e ouvir o DVD: Night School – an evening with Stanley Clark & Friends.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 908 de 24 de Abril de 2019.