Fomos bem cedo para o mar assistir ao desembarque dos botes que chegavam da faina com o peixe para o festival. O mar estava calmo e convidativo para um banho e aí não deu para resistir entramos na água. Enquanto isso os pescadores e as peixeiras continuavam as lides de todos os dias, só que no passado domingo foi diferente dos outros dias, pois os peixes eram para o festival.
Depois da venda, os peixes eram levados para as barracas. Enquanto uns erguiam as suas barracas, outros preparavam o peixe e os frutos do mar, porque o festival não era só de peixe, mas sim peixe e frutos do mar.
Quando eram 12 horas, as brasas já estavam prontas para receber os peixes e mariscos. O Largo da Baía Verde já estava a receber algumas pessoas, tanto do concelho como da Cidade da Praia, Assomada, Calheta de São Miguel e outros. Este evento é uma iniciativa da câmara municipal local.
“Esta iniciativa já vai na sua quinta edição e tem como objectivos promover a gastronomia do Tarrafal, torná-lo um produto turístico e dinamizador da culinária local”, explicou o vereador do Turismo, Cultura, Desporto e Promoção da Câmara Municipal do Tarrafal, Daniel David Soares.
Segundo David Soares, este é uma das actividades de Verão neste concelho que ano após ano tem ganhado uma dimensão maior e tem levado cada vez mais pessoas para o seu município. “Temos estado a ver alguma evolução neste evento a nível da qualidade, tanto na organização, bem como de eventos à volta do festival”, explica.
Orçado em duzentos mil escudos, o festival contou com 20 stands para feirantes, espaços para grelha e venda de água de côco. A água de côco não podia ficar de fora deste evento que promove a gastronomia local.
Além da gastronomia, o evento contou com actividades culturais como actuações de bandas musicais, Princezito, Lejemea e grupos de Cotxi Pó”.
“O nosso festival está ligado ao mar, já que a maior fonte de rendimento do Tarrafal é a pesca, então este evento é como uma homenagem ao mar e a tudo aquilo que está a volta dele”, acrescenta o vereador.
Este festival, ainda tem poucos anos de vida, mas David Soares acredita que o mesmo tem condições para continuar por muitos anos e tornar-se numa referência nacional. “Antes era a câmara municipal que financiava na totalidade, mas este ano, os feirantes contribuíram para participar. Isto quer dizer que estão a perceber que é algo tanto turístico como económico que deve continuar”.
Privados podem vir a organizar o festival
Conforme aquele autarca, já foi levantado a hipótese do sector privado organizar este evento, mas querem que o festival tenha uma boa qualidade para atrair cada vez mais pessoas.
“Já levantamos esta hipótese de entregar a organização deste evento para um privado. Na quarta edição queríamos que fosse um privado a realizá-lo, mas surgiu só uma proposta e acabamos por não avançar”, referiu.
Conforme disse, mais tarde podem deixar este evento com um privado, mas dentro daquilo que é a filosofia ou matriz do Festival do Peixe.
“Queremos promover algo de qualidade e transmitir uma boa imagem do festival. A nossa ideia não é fazer um festival de paródia, mas um evento com muito convívio entre familiares e amigos num almoço mais animado e descontraído”, sublinha.
Já as vendedeiras mostraram-se muito satisfeitas com a venda, mas reclamaram do espaço disponibilizado pela edilidade, pois as mesas ficaram muito apertadas umas às outras. Os visitantes também esperavam mais do festival, por aquilo que o concelho pode oferecer, tanto a nível do espaço, bem como das ofertas.
Conforme o vereador todas as reclamações das feirantes e dos visitantes serão levadas em contas para o melhoramento do evento nas próximas edições.
Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 924 de 14 de Agosto de 2019.