Chet Baker, sounds like a wind

PorPaulo Lobo Linhares,18 ago 2019 9:32

Timidamente o pequeno Chet parte de uma quinta rural com a família ruma à cidade do “show2 e das luzes – Los Angeles.

De imediato, (tinha10 anos) inicia os seus estudos musicais. Pouco mais de uma década depois, já tocava com nomes de relvo como Charlie Parker e mais tarde Gerry Mulligan.

A suavidade e a maneira típica como embrulhava as notas, fazendo com que a melodia e toda a música viesse carregada de emoções, fez com que Chet Baker se destacasse e fosse cada vez mais procurado. Baker apresentava um “mood” diferente, atraente e envolvente.

Nessa altura, por infortúnio, Gerry Mulligun – músico que liderava o quarteto onde Baker actuava, envolve-se com drogas e o grupo acaba por desfazer-se.

Nessa altura Chet Baker dispara. A América rendia-se ao “cool” de Baker, onde um impressionante virtuosismo destacava-se. Contudo, com o passar de alguns anos, notou-se que uma dose enorme de sensibilidade ia-se misturando a este virtuosismo, tornando o “Baker-Mood” cada vez mais precioso, hipnotizador e responsável por arrebatar um grupo de seguidores cada vez maior.

Baker, na verdade, não tocava apenas. Do seu trompete saiam sentimentos, propostas de estados de espírito que a muitos encantavam e embalavam. Acredito que a influência da guitarra do pai, que tanto ouviu quando criança, e a experiência do “pachorrento” trombone (primeiro instrumento que o pai ofereceu a Chet) tenham sido cruciais em toda esta construção do músico e respectiva música.

Por falar do estado de calma impresso em Chet, o mesmo considera-se admirador do génio João Gilberto, o que também ajuda na compreensão de todo este quadro.

Contudo, poucas décadas depois, o fenómeno das drogas bate à porta do músico. A envolvência de Chet Baker foi enorme o que lhe causou vários problemas judiciais e prisionais. Não tardou muito para que a sua carreira e vida pessoal entrassem em queda livre.

Contudo, Chet Baker deixou-nos obras preciosas, que para alem de nos encantarem, marcaram historicamente o Jazz.

A O.S.T de “Let’s Get Lost”, o álbum “Diane”, o álbum “Someday My Prince Will Come”…ou o enorme “Chet Baker Sings” e que fica aqui para proposta de audição.

O encanto deste disco torna-o quase uma obra obrigatória para qualquer amante da música. Vinha do embalo das épocas de Charlie Byrd e Gerry Mulligan.

Além de exímio instrumentista, Chet mostra o encanto da sua voz

…“Chet sings softly, coolly , like a wind”.

Texto originalmente publicado na edição impressa do expresso das ilhas nº 924 de 14 de Agosto de 2019. 

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Autoria:Paulo Lobo Linhares,18 ago 2019 9:32

Editado porDulcina Mendes  em  19 ago 2019 7:53

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