Trata-se de um romance que traz a memória histórica do campo de concentração do Tarrafal, agora Museu da Resistência. A apresentação da obra acontece no dia 3 de Dezembro, às 18h00, no Centro Cultural Português, e estará a cargo de José Vicente Lopes.
A obra é publicada pela editora Dom Quixote. Segundo a sinopse, nos 45 anos do encerramento do campo de concentração, Mário Lúcio Sousa, nascido no Tarrafal, toma a voz de vários prisioneiros chamados Pedro e chegados em diferentes vagas de Portugal, da Guiné, de Angola e até de Cabo Verde.
Ao relatar a história da prisão do campo de concentração e de quem a foi dirigindo ao longo dos anos, o presente romance homenageia simultaneamente os que ali perderam a vida e os que sobreviveram ao horror e ainda os vários modos de falar uma língua que foi, tantas vezes, a que os tramou e a que os viria a salvar.
A Colónia Penal do Tarrafal, criada durante o Estado Novo na ilha de Santiago, em Cabo Verde, foi estreada em 1936 com centena e meia de prisioneiros políticos vindos da metrópole, que era preciso afastar, enfraquecer e usar como lição.
“Embora as condições em que ali viveram, esses e todos os outros que ali foram encarcerados, sejam conhecidas (quase sem água, privados de higiene, doentes e sujeitos a torturas várias), nada melhor do que ouvi-las da boca de quem as sofreu na pele ou assistiu de perto a esse sofrimento”, explica a mesma fonte.