Este encontro, que tem como tema principal “A língua portuguesa em contextos multilingues e multiculturais”, visa celebrar, pela primeira vez, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, assinalado no dia 05 de Maio.
O evento científico estava previsto para 07 a 09 de Maio, na Universidade de Cabo Verde, na cidade da Praia, mas devido à situação que o País vive, provocada pela pandemia do novo coronavírus e com vista a não promover a aglomeração de pessoas, decorre a partir do dia 05, via `sites´ dessas instituições e nas redes sociais.
Em declarações à Inforpress, a presidente da Cátedra Eugénio Tavares, Amália Lopes, explicou que tiveram que se adaptar às circunstâncias e fazer esta actividade online, na mesma linha do que está a acontecer com as diversas entidades que vão celebrar o dia Mundial da Língua Portuguesa.
Neste sentido, a partir do dia 05, vão estar a publicar vídeos curtos dos especialistas que iriam apresentar as suas comunicações, presencialmente, no encontro.
Estes, informou, irão reflectir sobre questões importantes em contextos de multilinguismo e de multiculturalismo.
A Cátedra Eugénio Tavares de Língua Portuguesa, por sua vez, vai disponibilizar em formato digital, no seu `site´ e no da UNICV, dois livros, um sobre “Literatura, Educação e Cultura: Cabo Verde e Brasil” e outro sobre “A competência de escrita, o ensino de textos e aprendizagem da sua produção”.
O primeiro livro, segundo a mesma fonte, reúne sete comunicações apresentadas por investigadores da Universidade Federal de Sergipe e também da academia de autores da Academia Cabo-verdiana de Letras, durante o primeiro “Seminário literatura, Educação e Cultura entre irmãos, Cabo Verde e Brasil”.
Este seminário teve lugar na cidade da Praia em 2018 e foi o primeiro evento internacional da cátedra, em parecia com a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da UNICV e pela Universidade Federal de Sergipe, do Brasil.
Já o livro “A competência de escrita, o ensino de textos e aprendizagem da sua produção” é da autoria dos investigadores Cesária Dias Leite e José Esteves Rei.
“É um trabalho que nos é muito caro, pois, é o primeiro trabalho resultante de investigação académica, no âmbito da primeira realização do mestrado em ensino de português-língua segunda, língua estrangeira da UNICV e do projecto de investigação do português em Cabo verde e o português europeu”, afirmou.
Para Amália Lopes, a celebração, pela primeira vez, do Dia Mundial da Língua Portuguesa, depois de a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) o ter oficializado no passado dia 25 de Novembro de 2019, representa o reconhecimento da importância do português enquanto “língua excêntrica” e um “património” partilhado por diversas comunidades espalhadas pelo mundo.
“É uma língua que abre muitas oportunidades para a sua projecção, nas organizações internacionais, mas também para as iniciativas conjuntas dos países estados membros da CPLP”, observou.
Falada por cerca de 260 milhões de pessoas, a língua portuguesa é a mais falada no hemisfério sul e a quarta mais falada do mundo.
O português está, assim, entre as cinco línguas mais faladas, actualmente, em todo o mundo, e também entre as cinco mais usadas pelos utilizadores da Internet.
As projecções para o final do século apontam que será no continente africano que se registará o maior aumento do número de falantes, estimando-se que, em 2100, haja mais de 487 milhões de falantes, dos quais mais de 276 milhões estarão em África.
Além de ser língua oficial dos nove países-membros da CPLP, o português é também língua oficial ou de trabalho em organizações internacionais como a União Europeia, UNESCO, Organização Mundial da Saúde, Organização dos Estados Americanos, Mercosul, Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura, União Africana, Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul, entre muitas outras.
Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), as nove economias da CPLP, em conjunto, valem cerca de 2.700 milhões de euros, o que faria deste grupo a sexta maior economia do mundo, se se tratasse de um país.