Uma casa abandonada, a força de vontade e a união da comunidade de Safende fez surgir em Janeiro deste ano a biblioteca comunitária. Casa de Amizade, assim resolveram chamar ao espaço que hoje acolhe mais de 200 livros para a alegria de jovens e crianças amantes da leitura.
Segundo a coordenadora da Casa de Amizade, Larinha Alves, os livros foram conseguidos através de doações dos amigos da própria associação. No último domingo receberam cerca de 80 novos livros.
Antes da pandemia, a Casa de Amizade recebia cerca de 80 crianças e jovens diariamente que ali iam estudar e passar tempo. Hoje, este número está reduzido a metade.
“Recebíamos muitas pessoas, agora, estamos limitados. Não podemos ultrapassar 20 pessoas dentro do espaço. Funcionamos das 8 horas até 18 horas, e por vezes, até mais tarde, conforme as actividades realizadas no espaço”, diz Larinha Alves.
Assim como em qualquer biblioteca, o morador do bairro pode levar emprestado um livro e continuar a leitura em casa, para depois devolver. Além disso, fornecem formações sobre leitura de modo a fomentar esta prática.
“O nosso objectivo é cultivar nas pessoas o hábito e o amor pela leitura. Por não querer que as crianças ficassem nas ruas nos tempos livres, pedimos ao dono da casa, que estava abandonada, que nos concedesse o lugar para montarmos a biblioteca. A comunidade ajudou a restaurar o espaço que foi pintado e arranjado de acordo com as possibilidades do momento”, narra.
Uma vez que não têm um fim lucrativo, a coordenadora indica que o maior desafio é sustentar a biblioteca que tem de pagar luz, Internet e outros gastos.
Além disso, Larinha Alves confessa que actualmente há falta de estantes para organizar os livros por categoria.
“Estamos a pensar lançar uma campanha para arrecadar tudo que nos falta, não só livros e estantes, mas também cadeiras e mesas. Estamos a preparar um cantinho de leitura e é preciso um conjunto de materiais para que funcione correctamente, e dar mais oportunidade às crianças e as pessoas em geral”, revela.