Nascido na cidade do Mindelo, ilha de S. Vicente, Cabo Verde, a 9 de abril de 1933 Moacyr Rodrigues iniciou, em 1957 o curso de Filologia Germânica na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa que continuaria, depois, em Coimbra.
Em 1985 conclui o curso de Línguas e Literaturas Modernas (Inglês/Português) pela Universidade Clássica de Lisboa.
O percurso académico de Moacyr Rodrigues prossegue em 2003 quando obtém um Mestrado em Relações Interculturais pela Universidade Aberta do Porto, na área de Antropologia Visual e, depois, em 2010 obteve o Mestrado em Ciências Musicais — Etnomusicologia na Universidade Nova de Lisboa e em 2015, doutorou-se na mesma área pela mesma universidade.
Moacy Rodrigues foi igualmente professor. Em 1999 começou a leccionar no ensino superior em Cabo Verde, onde ensinou disciplinas de Língua e Cultura Cabo-Verdiana e Portuguesa, Antropologia Cultural e História, Cultura e Património, entre outras. É autor de vários livros e alguns artigos publicados em revistas de diversos países.
Moacyr Rodrigues foi, como já foi referido, um dos maiores defensores da elevação da Morna à categoria de Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Para o etnomusicólogo, avançar com a candidatura à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi uma decisão “corajosa”, uma vez que existem “correntes contra”.
Num artigo publicado no Expresso das Ilhas, edição 941, sublinhou que o primeiro registo escrito referente à morna consta do Relatório dos Serviços de Saúde da ilha da Boa Vista, de 1875, do director Sócrates, que o classifica como uma música de “doidejante e ruidosa”.
Já a colecção “Morna: Música Rainha de nôs terra” refere que a morna nasceu na Boa Vista, por volta de 1780, passando depois às outras ilhas, adaptando-se e tomando as características de cada povo. Tornou-se romântica na ilha Brava.
“A partir de São Vicente e da Praia, anos 1960/1970, dá-se a electrificação da morna inspirada na canção internacional e vai para o mundo. É a altura da emigração para França e Holanda e é quando surge o conjunto Voz de Cabo Verde na emigração e Manuel d’Novas vive a experiência da emigração. Deste período destacam-se compositores como Manuel d’Novas, Toy Ramos/Toy de Bibia, Anu Nobu, Djodja, Amândio Cabral e Lutcha Gonzaga”, referia.