Orlando Pantera (1967-2001) foi um dos criadores que também marcou o percurso da Companhia Clara Andermatt, quando manteve uma "ligação especial" com Cabo Verde, simbolizada neste 'cantautor' que a coreógrafa decidiu homenagear, em colaboração com o músico João Lucas e a cantora Mayra Andrade, com estreia prevista para 2022.
A nova peça irá evocar o trabalho de "um músico promissor que influenciou uma geração de muitos cantores da cultura cabo-verdiana, pela forma como contava as histórias do seu povo, inspirando-se nas raízes culturais e musicais, adaptando-as de uma forma contemporânea muito bonita e intensa", descreveu Clara Andermatt, em entrevista à agência Lusa.
Orlando Monteiro Barreto, mais conhecido como Orlando Pantera, músico, cantor e compositor cabo-verdiano assinou, com João Lucas, a banda sonora do espetáculo 'Dan Dau' (1999), da companhia de Clara Andermatt, numa colaboração renovada pouco depois, em 'Uma História da Dúvida'.
Também escreveu músicas para alguns trabalhos da companhia de dança cabo-verdiana Raiz di Polon, fez parte dos grupos musicais Pentágono, Quinteto Capeverdeans Jazz Band, Arkor e, em 2000, venceu o Prémio de 'Revelação' no Festival Sete Sóis Sete Luas, na ilha de Santo Antão, um ano antes de morrer, com apenas 33 anos, vítima de uma pancreatite aguda, quando se preparava para gravar o seu primeiro álbum, 'Lapidu na bô'.
O espetáculo de homenagem, que Clara Andermatt espera apresentar em Março de 2022 no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, "exige uma grande preparação, porque é um projeto com algum peso, e bastantes colaboradores", disse, a propósito da evocação de um criador cujas músicas continuam a ser cantadas por nomes como Lura, Mayra Andrade, Voginha e Leonel Almeida.