A infracção foi denunciada hoje de manhã à imprensa pelo presidente do Instituto do Património Cultural, que adiantou que estas informações, já confirmadas, partiram da comunidade piscatória da ilha do Maio. Os maenses alertaram que “mergulhadores devidamente identificados, nacionais e estrangeiros, estão neste momento à procura de restos de um galeão do século XVII”.
“Isto é extremamente preocupante, considerando o esforço que o país tem feito. Só para mencionar que o país ratificou a convenção da UNESCO para a salvaguarda do património cultural subaquático. Estamos neste momento em processo de ratificação da convenção contra o tráfico ilícito dos bens culturais, para além de vários projectos internacionais de que Cabo Verde faz parte”, explicou Jair Fernandes.
Ao pedir o reforço da fiscalização nos mares de Cabo Verde, Fernandes admitiu que quando há uma busca, neste caso particular de um galeão do século XVII devidamente identificado, é porque a própria embarcação trazia algo extremamente importante do ponto de vista material e financeiro.
Fernandes destacou a importância destes achados, sobretudo quando se trata de bens que estão a ser espoliados neste momento na ilha do Maio. Conforme avançou há também pirataria do género em localidades costeiras da ilha da Boa Vista e na Cidade Velha.
Esta denúncia, já foi apresentada às autoridades nacionais, nomeadamente à Guarda Costeira, à Polícia Judiciária e ao comando da Polícia Nacional da ilha do Maio, adiantou ainda, afirmando que “não é a primeira vez que actos desta natureza têm estado a acontecer, mas não com a frequência de outros tempos”.
Jair Fernandes garantiu que, não obstante serem embarcações estrangeiras que durante algum tempo da história da humanidade aportaram Cabo Verde, afiguram como património de Cabo Verde com importância no contexto histórico mundial, no campo do turismo e na sensibilização das comunidades costeiras.