A informação sobre o funeral de Titina Rodrigues, que faleceu na madrugada desta sexta-feira, 06, em Setúbal, Portugal, após doença prolongada, é avançada pela Embaixada de Cabo Verde em Portugal.
Várias personalidades, entre músicos, artistas, governantes , já reagiram à morte da artista, incluindo o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, que na sua página oficial no Facebook lamentou o desaparecimento físico de Titina Rodrigues, declarando que já endereçou uma carta de condolências, em seu nome e no do Governo, manifestando o “sentido pesar à família da malograda e a todos os homens e mulheres da cultura, nas ilhas e na diáspora”.
“Nesta hora de dor e de perda irreparável para a família e para a cultura nacional, manifestamos a nossa admiração e enaltecemos o contributo inestimável de Titina Rodrigues para a afirmação da música das ilhas no mundo, mormente em Portugal e para a consagração da morna enquanto Património Mundial Imaterial da Humanidade”, disse.
Para Ulisses Correia e Silva, a artista cabo-verdiana partiu fisicamente, mas ficará o legado de uma das maiores referências da música do arquipélago e da mulher de “inimitável melodia e de fino trato”.
Nascida Albertina Alice dos Santos Rodrigues Oliveira de Almeida em Cabo Verde, no dia 07 de Novembro de 1947, no Mindelo, ilha de São Vicente, ficou conhecida por “Titina Rodrigues” e o seu nome figura na galeria dos mais famosos intérpretes da morna.
Titina Rodrigues cantou músicas de alguns dos maiores compositores cabo-verdianos, como B.Leza, Manuel d’Novas, entre outros, e deixa como legado “interpretações magistrais” que perdurarão na memória de todos os amantes da morna, Património Imaterial da Humanidade, em todo o mundo.
Em finais da década de 1970, gravou um EP com acompanhamento do grupo Voz de Cabo Verde e arranjos de Paulino Vieira. E, cerca de uma década depois, saiu o EP “Titina Canta B.Léza”, em que a cantora interpretava unicamente músicas deste compositor. Este álbum foi reeditado em LP e depois mais duas vezes em CD.
A cantora participou ainda nos discos “Cabo Verde canta a CPLP”, “Músicas de Intervenção Cabo-verdiana e Lisboa nos Cantares Cabo-verdianos”, projectos temáticos de Alberto Rui Machado que, em 2008, produziu o CD que Titina lançou com o título “Destino Cruel”.