ALMA no regresso dos “Da Weasel”, em espetáculo de Excelência

PorPaulo Lobo Linhares,14 jul 2022 16:17

Os Da Weasel regressaram aos palcos no dia 9 de Julho para um concerto único e exclusivo no NOS Alive, após 12 anos de ausência. Esta é a segunda vez que o grupo passa pelo Passeio Marítimo de Algés, onde já havia actuado, na primeira edição.

Sim, é data para apontar. Depois de 12 anos parados, regressa “a Doninha” certamente a um espaço que ainda lhe está reservado. Marcou e deixou recordações de uma década onde foi uma das referências transversais de uma geração.

Almada: ponto de partida. Os irmãos Nobre, João e Carlos – ou melhor Jay Jay Neige e Pacman mais Fagulha e a Dj Yen Sung, começaram a fazer canções e em 1994 lançam o EP “More Than 30 Motherf***s “e logo aí já se adivinhava o futuro no grupo liderado pelos irmãos cabo-verdianos Pacman e Jay Jay, filhos das ilhas de Santiago e Santo Antão, que apesar de já terem nascido em Portugal… a ALMA das ilhas já estava com eles, como se veio a notar mais tarde, com referência no final deste texto. “God Bless Johnny” tornou-se obrigatório em ambientes musicais assim como muitos outros que a partir daqui os “Da Weasel” passariam a lançar.

Vivia-se a ressaca do projecto República que abriu de certa forma as portas ao HipHop Tuga que na sua origem contava com vários grupos onde a presença da falada “segunda geração” de cabo-verdianos estava bem presente. Era o triunfo do Rap em português. Nessa altura os Da Weasel lançavam o primeiro Disco “Dou-lhe com a Alma” agora já com a língua portuguesa bem presente. Temas como “Dou-lhe com a Alma” tornaram-se hinos e a própria expressão a fazer parte do vocabulário da juventude de então.

Carlos Nobre passa a ser figura de topo da música portuguesa e os “Da Weasel” incontornáveis. Nascia o “3º Capítulo”, um dos mais conceituados discos do grupo e do Rap Tuga. Nas letras mais maduras já se notava a consistência da maquinaria musical. A intervenção social já era mais presente e nesse sentido mais um hino: o tema “Todagente”. O grupo passa a liderar os cartazes dos festivais e o “3º Capítulo” não pára. Inclusive, foi feita uma versão com remixes do disco, por Djs de renome.

Lembro-me que na altura já estava ligado à indústria discográfica: basta ver a quantidade de vendas que o disco tinha. Já se poderia dizer que fazia sentido a frase tantas vezes gritada nos concertos por Pac e pelo público: “De Almada para o mundo…” Sim, principalmente no centro-sul de Lisboa, o grupo tornou-se feito de heróis onde à frente ia Pacman.

Multiplicam-se os festivais e gravam mais quatro discos depois do “3º Capítulo” onde o destaque é claramente o álbum Re-Definições. As partilhas com outros músicos e outras músicas disparam, conquistam Portugal quando em 2008 gravam o epopeico “Ao vivo no Pavilhão Atlântico”. Da Weasel em toda a sua força. O obrigado do público português ao grupo que tanto fez cantar e dançar uma geração, num espetáculo onde Carlão/Pac são líderes sólidos (já deixando adivinhar a fase que viria a assumir como Carlão) de um grupo poderoso de músicos, antes príncipes e agora reis. As guitarras de Quaresma, o balanço de JJ e o mago dos pratos – Dj Glue. Fizeram lembrar que os capítulos da doninha não de esgotam.

Assim, 12 anos depois o Meo Arena mostrou a todos que Da Weasel, sempre “estará na área para confirmar”.

Entretanto, a aproximação dos irmãos Nobre a Cabo Verde era inevitável e aconteceu. Quis o destino que a ALMA que acima falei fosse expressa por Carlão e João no disco ALMA, que música poemas de José Maria Neves, no tema “Nair ki Fla”.

Neste tema os beats são de Jay Jay e a voz de Carlão. Um ponto de importância marcante: foi a primeira gravação de Carlão na língua cabo-verdiana.

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Da Weasel

Autoria:Paulo Lobo Linhares,14 jul 2022 16:17

Editado porAndre Amaral  em  14 jul 2022 18:43

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