Fernando Elísio Freire fez estas declarações na abertura da X Edição do Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, que reúne escritores e poetas de países de língua oficial portuguesa, na Cidade da Praia, sob o tema “Insularidade e Universalidade na Literatura”.
“O Encontro dos Escritores de língua Portuguesa sob o lema a Insularidade e Universalidade vai de encontro daquilo que é a construção da história do nosso país, um país insular que se fez universal através da cultura, que se fez universal através da nossa imensa diáspora e que no espaço da CPLP quer também esta universalidade”, sublinhou.
O Governante destacou também que Cabo Verde sempre esteve na linha de frente sobre a mobilidade dos cidadãos no espaço da CPLP. Acrescentou ainda que este espaço só tem sentido se os cidadãos sentirem “na pele que vale a pena” estar num espaço comum.
Fernando Elísio Freire disse ainda que Cabo Verde é um país insular, mas sempre com uma visão e dimensão universal e que o país sempre viu o espaço da CPLP como um espaço de cidadãos, de democracia e de liberdade.
“Creio que o Encontro dos Escritores de Língua Portuguesa é mais um passo no sentido de, cada vez mais, ter universalidade no espaço da CPLP. Quando assinamos um acordo, o nosso espírito tem de estar de acordo com a nossa assinatura, espero que todos os Estados-membros da CPLP tenham o mesmo espírito que Cabo Verde está neste momento, sendo o espírito de comprimento total dos acordos”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras, Daniel Medina considera que em Cabo Verde, a língua portuguesa está "um bocadinho" desfalcada em termos de pronúncia e em termos gramaticais. Daniel Medina sublinhou que é necessário ter sempre preocupação em saber falar bem o Português como qualquer outra língua.
O Presidente da Academia Cabo-verdiana de Letras mostrou-se entusiasmado com o Encontro dos Escritores da Língua Portuguesa, na Cidade da Praia, e vê como uma homenagem ao arquipélago.
“A insularidade é quase que uma homenagem a Cabo Verde. No ano passado, Moçambique fez uma homenagem à literatura cabo-verdiana, como sabem somos um país muito pequeno mais nós temos alguns créditos, modéstia a parte, nós temos dois Prémios Camões, o que não se passa em outras paragens, nomeadamente da língua portuguesa e é uma homenagem a esta insularidade e esta capacidade que nós temos mesmo sendo pequenos, nos projectarmos no mundo através destas ilhas e está insularidade e esta angústia que todos nós sentimos, e tornamos talvez mais criativos. A necessidade faz o engenho".
Por seu turno, o presidente da Câmara Municipal da Praia, Francisco Carvalho, sublinha que é com muito entusiasmo que a Cidade da Praia acolhe mais este Encontro de Escritores de Língua Portuguesa, e destaca a riqueza do país em termos de expressão cultural.
“Vemos este encontro com enorme satisfação, sobretudo neste momento que nós estamos na fase de retoma daquilo que tem marcado nos últimos anos da nossa vivência colectiva que é o fechamento. Nós estamos aqui a comemorar de uma forma dupla, comemorar o encontro em si dos vários os escritores de diversos países falantes da língua portuguesa e estamos também a comemorar o regresso deste encontro à Cidade da Praia, sublinho com entusiasmo e com muita alegria”, sublinhou.
Encontro de Escritores de Língua Portuguesa é uma iniciativa da União das Cidades Capitais de Língua Portuguesa (UCCLA ) e da Câmara Municipal da Praia, em parceria com a Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia (EMEP ), a Academia Cabo-verdiana de Letras e a Sociedade Cabo-verdiana de Autores (SOCA).
O evento com duração de três dias, na Cidade da Praia tem como objectivo contribuir para o diálogo e enriquecimento recíproco entre escritores de todos os países de língua oficial portuguesa.