O realizador cabo-verdiano Elson Santos avançou à Inforpress que o convite para a apresentação deste projecto surgiu quando participava num laboratório sobre povos das ilhas, onde o seu grupo foi premiado com três prémios e uma delas foi atribuído pelo Instituto Francês no Burkina Faso.
A mesma fonte adiantou que Cabo Verde vai participar com um projecto de filme que está na fase de desenvolvimento e que, agora, vai entrar na fase de produção.
Elson Santos admitiu que é “fenomenal e prestigiante” para Cabo Verde participar neste festival internacional, já que é a primeira vez que quatro cabo-verdianos participam num festival tão importante a nível internacional.
“Este evento é uma oportunidade de todos nós podermos fazer contactos com grandes realizadores e produtores africanos, e não só, e serve também para a troca de impressões com objectivo de tirar o máximo proveito, para projectos futuros”, sublinhou.
Por sua vez, o realizador Carlos Yuri Ceuninck, disse que a sua participação surgiu da participação do seu grupo neste concurso e asseverou que é com “grande honra e orgulho” que recebeu este convite para este festival que é o mais “prestigioso” do continente Africano e alberga os melhores profissionais desta área.
Carlos Yuri Ceuninck disse que vai participar com o documentário de longa metragem, filmado na ilha de São Nicolau, em que retrata as vivências do dia-a-dia dos cabo-verdianos, no País, através da história de um senhor, Quirino Rodrigues, que vivia numa aldeia isolada em Ribeira Funda, nesta ilha.
“Este filme levou quatro anos para ser finalizado, devido à pandemia da covid-19, e, em Burkina Faso, vai ser a estreia deste trabalho que contou com o financiamento e apoio de parceiros internacionais”, frisou.
Um outro entrevistado, que também vai participar neste festival, o produtor de cinema Pedro Sulé, avançou que vai participar neste festival como presidente do Júri na categoria de filmes de escolas a nível de África, tendo em conta que já participou em vários festivais de cinema e de programas. Contudo, aproveitou para mostrar a sua satisfação e felicidade por Cabo Verde ser convidado, na sua pessoa, para ser um presidente de Júri.
Já a realizadora, Artemisa Ferreira avançou que recebeu o convite da parte da CEDEAO, para fazer parte do Júri.
Todos os entrevistados são unânimes em afirmar que estão “satisfeitos e contentes” porque este festival vai criar oportunidades para criarem melhores contactos com os profissionais desta área, o que servirá para trazerem mais “bagagem” para Cabo Verde, no que tange à criação de condições para fazer um cinema mais profissional no País.
Este festival vai decorrer de 25 de Fevereiro a 04 de Março.
A bienal do Cinema Africano volta a oferecer uma programação variada que gira em torno da exibição de filmes, de 21 mercados internacionais de cinema e televisão africano (Mica), Yennenga Workshops (Academia, pós-produção e co-produção), fóruns de debates (encontro entre público e profissionais do cinema), Yennenga connexion (encontros conferências, mesas redondas, workshops, master classes, conferências), noites culturais e outras actividades socioeconómicas.